Como investir em CDI: quanto rende e melhores investimentos

Investir em CDI (Foto: Pixabay)
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CDI: temos certeza de que você já se deparou com essa sigla por aí, ao explorar produtos de investimento para compor o seu portfólio. 

O termo está geralmente atrelado à rentabilidade de muitas aplicações em renda fixa, por isso, entendê-lo é uma excelente maneira de aprender a tomar decisões mais estratégicas na hora de investir.

Neste artigo, compilamos tudo o que você precisa saber sobre o assunto. Olha só:

  • O que é CDI e qual sua importância;
  • Como o CDI afeta os investimentos;
  • Como o CDI é calculado;
  • Qual a diferença da taxa CDI e Selic;
  • Investir em CDI ou Poupança;
  • Como encontrar investimentos que rendam 100% do CDI ou mais.

No final, deixamos uma dica especial de investimento com foco no longo prazo para você conhecer. Vamos lá?

O que é CDI e qual sua importância?

O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é um índice que reflete a taxa média de juros das operações de empréstimo entre bancos. Essas transações ocorrem diariamente e existem para garantir a liquidez no sistema financeiro.

Por ser uma taxa segura e estável, o CDI se tornou a principal referência para a rentabilidade de diversos investimentos de renda fixa, como CDBs, debêntures, CRIs, CRAs e alguns Fundos de Investimento.

Sua importância está no fato de servir como parâmetro para avaliar o desempenho das aplicações financeiras. Dessa forma, ao comparar a rentabilidade de um investimento com o CDI, é possível identificar se o produto está:

  • Acima do CDI (ótimo desempenho);
  • Igual ao CDI (rendimento alinhado ao mercado);
  • Abaixo do CDI (rentabilidade inferior à média).

Essa comparação te auxilia a tomar decisões mais conscientes e a encontrar investimentos mais eficientes para a sua estratégia, com maior potencial de retorno.

Como o CDI afeta os investimentos?

O CDI afeta os investimentos porque ele serve como referência para calcular a rentabilidade de grande parte dos produtos de renda fixa. Quando um investimento é atrelado ao CDI — por exemplo, um CDB que rende 100% do CDI —, seu rendimento varia conforme a taxa do CDI.

Isso significa que, quanto maior o CDI, maior tende a ser o retorno desses investimentos. Por outro lado, se o CDI cair, os rendimentos também diminuem. E mais: o CDI também é usado como base de comparação para avaliar se outros investimentos estão oferecendo retornos atrativos em relação ao padrão do mercado.

Como o CDI é calculado?

O CDI é calculado com base na taxa média dos juros cobrados em empréstimos de um dia entre os bancos. Todos os dias, as instituições financeiras realizam essas operações para equilibrar seus caixas: umas emprestam e outras tomam emprestado para que nenhuma fique com caixa negativo — uma exigência do Banco Central.

Essas transações são registradas e, com base nelas, a B3 (a Bolsa de Valores do Brasil) calcula a média das taxas de juros praticadas. Essa média é o que chamamos de taxa DI, também conhecida como taxa do CDI.

Esse cálculo é feito diariamente, com base nas operações efetivamente realizadas, e a taxa pode ser usada de forma acumulada ao mês ou ao ano. Embora o CDI não seja um produto de investimento em si, ele é utilizado como referência de remuneração para diversos ativos de renda fixa.

Quanto rende 100 reais no CDI por mês?

Se você investisse R$100 em um produto que rende 100% do CDI, por exemplo, com o CDI a 10% ao ano (equivalente a cerca de 0,79% ao mês), o rendimento bruto seria em torno de R$0,79 por mês.

Em uma simulação de longo prazo, se esse valor ficar investido por 5 anos (60 meses), com os juros sendo reinvestidos mensalmente, o total acumulado seria de aproximadamente R$160,34.

Importante: esse é um cálculo estimado, unicamente para fins de simulação e não considera o Imposto de Renda (que varia conforme o prazo) nem possíveis taxas de administração, que podem reduzir o rendimento real. Além disso, a rentabilidade pode variar conforme o comportamento do CDI e o tipo de produto financeiro escolhido.

Quanto rende 1.000 reais por mês no CDI?

Se você investisse R$1.000 por mês, todo mês, em um produto que paga 100% do CDI com taxa de 10% ao ano, no primeiro mês o rendimento seria de aproximadamente R$7,90. Com os meses seguintes e os juros compostos, o valor investido cresce progressivamente.

Em 5 anos, investindo esses mesmos R$1.000 por mês, o total acumulado seria de cerca de R$76.382 brutos. Desse valor, R$60.000 seriam aportes seus e R$16.382 corresponderiam aos juros acumulados ao longo do período.

Lembre-se: essa simulação não desconta impostos (como o Imposto de Renda, que pode chegar a 22,5% no curto prazo e cai até 15% no longo prazo), nem eventuais taxas de produtos financeiros. Investimentos atrelados ao CDI, como CDBs e Fundos, podem ter regras e condições diferentes.

Qual a diferença da taxa CDI e Selic?

A diferença entre a taxa CDI e a Selic está no papel que cada uma exerce: a Selic é a taxa básica de juros da economia, enquanto o CDI é a taxa usada entre os bancos como referência para investimentos de renda fixa. Ambas andam próximas, mas têm finalidades distintas.

A taxa Selic é definida pelo Banco Central e serve como referência para empréstimos com títulos públicos entre os bancos e o governo. Sua principal função é controlar a inflação e direcionar o custo do crédito no país. Alterações na Selic afetam toda a economia, já que influenciam financiamentos, empréstimos e investimentos.

o CDI reflete a média dos juros cobrados nos empréstimos de curtíssimo prazo entre os bancos, geralmente com vencimento de um dia. Embora não seja uma taxa oficial, ela acompanha de perto a Selic e é amplamente usada como base de cálculo para a rentabilidade de investimentos como CDBs, LCIs, debêntures e alguns Fundos de Investimento.

Qual rende mais, CDI ou Selic?

Em geral, CDI e Selic rendem praticamente a mesma coisa, já que o CDI costuma acompanhar de perto a taxa Selic. Na maioria das vezes, a diferença entre as duas é mínima — normalmente o CDI fica ligeiramente abaixo da Selic.

Por isso, um investimento que rende 100% do CDI tende a ter um rendimento bruto muito próximo ao de um investimento que rende 100% da Selic. Assim, a escolha entre um ou outro vai depender mais do produto financeiro específico — das taxas, prazos, liquidez e impostos envolvidos — do que da diferença entre as taxas em si.

Investir em CDI ou Poupança?

Investir em produtos atrelados ao CDI costuma ser mais vantajoso do que aplicar na Poupança. Isso porque o CDI acompanha de perto a taxa Selic — que é a taxa básica de juros da economia —, e tende a oferecer um rendimento mais competitivo. Já a Poupança tem regras fixas de rentabilidade que, em muitos cenários, ficam abaixo até mesmo da inflação, o que faz com que o poder de compra do dinheiro investido seja corroído ao longo do tempo.

A título de informação, a rentabilidade da poupança segue duas regras: 

  • Quando a Selic está abaixo de 8,5% ao ano, ela rende 70% da Selic + TR (Taxa Referencial)
  • Quando a Selic está acima de 8,5%, a Poupança rende 0,5% ao mês + TR. 

Como a TR tem se mantido próxima de zero, o rendimento da Poupança acaba ficando em torno de 6,17% ao ano, mesmo com a Selic alta. Isso limita muito os ganhos e, em muitos casos, não consegue acompanhar a inflação real do período.

Além disso, enquanto a Poupança é um único tipo de aplicação com rendimento limitado, o CDI serve como base para diversos investimentos de renda fixa, como CDBs, LCIs, debêntures e alguns Fundos. 

Esses produtos oferecem mais possibilidades de rendimento, prazos e condições, o que consequentemente te dá a chance de escolher aquele que melhor se adapta às suas metas. Apesar de alguns investimentos atrelados ao CDI cobrarem Imposto de Renda ou apresentarem prazos de carência, ainda assim, no longo prazo, eles tendem a entregar resultados mais atrativos do que a Poupança.

Como encontrar investimentos que rendam 100% do CDI ou mais?

Se você busca por investimentos que rendam 100% ou mais do CDI, pode explorar CDBs, LCIs, LCAs, Debêntures, CRIs, CRAs e Fundos de Investimento.

Abaixo, falamos um pouco mais sobre cada um deles.

CDBs (Certificados de Depósito Bancário)

O CDB é um investimento de renda fixa emitido por bancos, que usam esse recurso para financiar suas operações. Ao aplicar em um CDB, você está emprestando dinheiro ao banco e, em troca, recebe juros ao final do período. Esse tipo de investimento conta com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que cobre até R$250.000 por CPF e por instituição em caso de quebra do banco.

Existem dois tipos principais de CDB:

  • Prefixado: você sabe exatamente quanto vai receber no vencimento, pois a taxa de juros é definida no momento da aplicação;
  • Pós-fixado: o rendimento acompanha um índice, geralmente o CDI. Se o CDI sobe, o seu ganho também aumenta.

Se você investisse R$ 10.000 em um CDB pós-fixado que paga 100% do CDI, e o CDI estivesse em 10,40% ao ano, seu rendimento bruto será de aproximadamente R$1.040 em 1 ano, totalizando R$ 11.040 antes de descontar o Imposto de Renda, que varia de 22,5% a 15%, conforme o prazo do investimento.

LCIs e LCAs (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio)

As LCIs e LCAs são títulos de renda fixa emitidos por bancos com o objetivo de financiar os setores imobiliário e do agronegócio, respectivamente.

LCIs e LCAs também podem ter três tipos de rentabilidade:

  • Prefixada: taxa de juros definida no momento da aplicação;
  • Pós-fixada: geralmente atrelada ao CDI;
  • Híbrida: mistura juros fixos com correção pela inflação (IPCA).

Atenção: por causa das mudanças propostas pelo novo pacote fiscal, esses títulos deixaram de ter isenção de IR.

Debêntures

As debêntures são títulos emitidos por empresas com o objetivo de captar recursos para financiar seus projetos, expansão ou reestruturação. Ao investir em uma debênture, você está emprestando dinheiro a uma empresa e, em troca, recebe uma remuneração acordada, que pode ser prefixada, pós-fixada (geralmente atrelada ao CDI) ou híbrida (juros fixos + inflação).

Diferente do CDB, as debêntures não contam com a proteção do FGC, o que significa que o risco é maior — afinal, depende da saúde financeira da empresa emissora. Em compensação, elas costumam oferecer rentabilidades mais atrativas. Na dúvida, nossa recomendação é que você busque a ajuda de um profissional para investir, ou dê preferência para títulos mais seguros.

CRIs e CRAs (Certificados de Recebíveis Imobiliários e Agrícolas)

Os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) são títulos lastreados em recebíveis — ou seja, em pagamentos futuros que uma empresa tem a receber.

Esses títulos são emitidos por companhias securitizadoras e, por serem atrelados a setores específicos da economia real, trazem ao investidor a chance de diversificar sua carteira e obter rendimentos atrativos. Assim como as debêntures, não possuem garantia do FGC — portanto, exigem uma análise de risco mais profunda.

Fundos de Investimento

Fundos de Investimento são uma forma de investir de maneira coletiva, em que várias pessoas (cotistas) aplicam seus recursos em conjunto. A gestão dos recursos é feita por uma gestora especializada, que decide onde investir com base na estratégia definida pelo Fundo.

Um exemplo são os Fundos DI, que têm como objetivo acompanhar a rentabilidade do CDI. Eles aplicam, principalmente, em títulos públicos federais, CDBs e outros ativos de baixo risco, o que os tornam uma opção interessante para quem busca segurança e liquidez, com rendimento próximo ao CDI.

Buscando um investimento com bom histórico de rendimento?

Entender sobre o CDI despertou o interesse em conhecer outras alternativas de investimento? Então, temos um para te apresentar: a previdência privada.

Aqui na Grão, nós temos o fundo ARCA Previdência Renda Fixa, que investe 100% do patrimônio em renda fixa — assim como os exemplos citados neste texto, atrelados ao CDI.

Esse é um plano de previdência privada ideal para objetivos de longo prazo e cujo portfólio é composto por Fundos de Fundos, a partir de uma seleção minuciosa das melhores gestoras de renda fixa do mercado

E tem mais: é possível começar a aplicar a partir de R$100, o que torna o investimento acessível para qualquer investidor. Além disso, não praticamos taxa de carregamento e taxa de performance. Gostou? Então, vem saber mais sobre o Plano de Previdência ARCA Renda Fixa da Grão!

Perguntas frequentes sobre como investir em CDI

Ainda tem dúvidas sobre o CDI? Nós respondemos as principais perguntas sobre o assunto.

Como funciona o CDI?

O CDI é a taxa média dos juros cobrados entre bancos em empréstimos de um dia, e serve como referência para o rendimento de vários investimentos de renda fixa.

Qual a diferença entre CDI e CDB?

O CDI é um índice que serve de referência no mercado, já o CDB é um investimento oferecido por bancos, que pode render um percentual do CDI quando seu formato de remuneração é pós-fixado.

Quanto dá 100% CDI hoje?

O valor do CDI pode variar com o tempo, pois ele acompanha as mudanças na taxa de juros da economia. Por isso, o ideal é verificar o valor atualizado do CDI antes de fazer qualquer simulação. Por exemplo, se o CDI estiver em 14,65% ao ano, o rendimento de 100% do CDI seria de aproximadamente 1,15% ao mês, ou 14,65% ao ano (bruto).

Qual o melhor CDI para investir?

Como o CDI não é um investimento, mas sim um índice, há uma gama ampla de alternativas de aplicação cujo rendimento está atrelado a esta taxa — como CDBs, fundos de renda fixa, LCIs, LCAs e debêntures, por exemplo. O “melhor” vai depender do seu perfil de investidor, do prazo que você pode deixar o dinheiro aplicado, da liquidez desejada e da sua tolerância a risco. Em geral, quanto maior o percentual do CDI oferecido e mais tempo o dinheiro puder ficar investido, maior tende a ser a rentabilidade.

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