É provável que, entre os termos econômicos, a inflação seja um dos mais abrangentes. Já que se você consome, compra qualquer coisa, você sente o impacto dela.
No entanto, entender o que é a inflação e como ela funciona não é tão simples. Por isso, criamos esse guia completo com as principais informações sobre o assunto. Assim, você vai ver:
- O significado do aumento de preços, de hiperinflação e inflação de demanda;
- Quais as causas da inflação;
- Os principais índices que medem a alta dos preços;
- Por que deve se preocupar com ela e muito mais!
O que é inflação?
Em resumo, inflação é um termo econômico que trata do aumento geral de preços dos produtos e serviços. Desse modo, a elevação no preço de um produto influencia o custo de vida da população. Inegavelmente a nossa história é um prato cheio para falar sobre isso.
Por certo, em tempos normais, falar sobre a inflação não precisa ser tão complicado. Afinal de contas, os preços dos produtos sobem, mas há reposição na perda de poder de compra. Não apenas com dissídios, como também com os reajustes nos salários.
No entanto, o problema começa quando essa lógica não funciona bem. Ou seja, quando os preços disparam e o custo de vida se eleva demais e de forma muito rápida. Uma vez que os reajustes na renda não acontecem na mesma velocidade, o descompasso pode trazer problemas.
Provavelmente as pessoas com 30 anos não se lembram de nenhuma moeda brasileira que não seja o real. Mas, a realidade é que a nossa moeda é novinha, ela passou a circular oficialmente em 1994.
De fato, ela foi criada para controlar a inflação que tínhamos e que podia ser chamada de hiperinflação. Em 1993, a alta dos preços no Brasil chegou a 2.477%. Só para ilustrar, a inflação 2020 foi de 4,52%. Enquanto a inflação 2019 foi de 4,31%.
Como resultado, no Brasil da chamada hiperinflação, os preços dos produtos eram reajustados todo santo dia. E o “remarcador de preços” era o profissional mais requisitado nos supermercados.
O que é inflação de demanda?
É uma teoria econômica que avalia que o aumento do emprego gera um crescimento consequente da demanda. Ou seja, mais trabalhadores significam mais pessoas com renda para comprar.
Mais abaixo vamos explicar um pouco mais sobre a relação entre oferta e demanda, para você entender melhor essa alta de preços.
O que é hiperinflação?
Conforme falamos anteriormente, a hiperinflação acontece quando o aumento dos preços está fora de controle, em níveis muito elevados. Alguns teóricos afirmam que uma inflação a partir de 50% ao mês já é considerada hiperinflação.
Como funciona a inflação?
Em resumo, o efeito prático mais óbvio da inflação é a perda de valor do dinheiro que está na sua carteira. Por exemplo: pense na nota de R$ 50, o que você conseguia comprar com ela há cinco anos?
É provável que não consiga comprar a mesma coisa ou a mesma quantidade agora, correto? Por outro lado, estamos bem distantes da hiperinflação que nos assombrou no passado recente. Como resultado, é mais fácil se planejar e lidar com a variação nos preços.
Ainda assim, a inflação distorce os preços e, eventualmente, exige que façamos ajustes no padrão de vida. Então, como ela ocorre? O que gera a inflação?
De fato, podem existir várias causas diferentes e até mesmo complementares. Confira abaixo alguns fatores que geram a inflação.
Relação entre oferta e demanda
Se a procura por um produto ou serviço é muito maior do que a disponibilidade dele, o preço sobe. Em contrapartida, o oposto também é verdadeiro: se a oferta é maior do que a demanda, o preço tende a cair.
Ou seja, se pouca gente quer algo que pode ser encontrado com facilidade, o preço cai. Por exemplo, a produção de alimentos depende de fatores incontroláveis, como o clima. Assim, no caso de uma tempestade, pode faltar um determinado alimento e o preço dele sobe bastante.
Aumento dos custos de produção
Assim como oferta e demanda, o custo de produção é outro fator que impacta no aumento de preços. Não apenas o aumento de salários e impostos, mas também o preço da matéria-prima podem gerar inflação. Já que os custos são repassados para o consumidor.
Por exemplo, o pão nosso de cada dia usa o trigo como matéria-prima. E grande parte do trigo consumido no Brasil é importado. Então, quando o dólar está alto, o pãozinho também pode ficar mais caro.
Da mesma forma, o preço de qualquer outro produto pode sofrer variações por conta do custo para ser produzido.
Emissão de papel-moeda
Uma das causas da inflação monetária é a impressão de dinheiro, literalmente falando. Com mais cédulas circulando, o dinheiro perde o valor real e causa um aumento generalizado dos preços.
Eventualmente, esse mecanismo pode gerar até mesmo um desequilíbrio e descontrole dos preços. Por isso, a solução que algumas pessoas apresentam de simplesmente imprimir dinheiro não funciona na prática. E penaliza quem tem renda mais baixa.
Redução da Taxa Selic
A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e serve como um controle da inflação. Quando os preços estão em tendência de alta, o Banco Central (BC) aumenta a Selic para reduzir a inflação.
Confira a diferença entre Taxa Selic e CDI
Por outro lado, quando a economia está desaquecida, o BC reduz a taxa Selic e, com isso, estimula o consumo. Com a Selic baixa, os financiamentos e empréstimos ficam menos caros e assim as pessoas compram mais a prazo.
Como resultado, os setores da construção e dos veículos ganham mais fôlego. O que aumenta o emprego, a renda e novamente o consumo. Assim gera uma espiral positiva de crescimento da economia.
IPCA e outros índices de inflação
Atualmente existem diversos índices que medem a variação dos preços. Eles são medidos por instituições diferentes e têm metodologias distintas.
IPCA
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo é a inflação oficial do Brasil. Ele é medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e engloba uma parcela maior da população. Já que ele mede a variação do custo para famílias com renda mensal de 1 e 40 salários mínimos.
IPCA-15
Além do IPCA, existe também o IPCA-15. A diferença entre os dois índices é a data de coleta dos preços. Enquanto o IPCA mede conforme o mês do calendário, o IPCA-15 coleta do dia 16 do mês anterior ao dia 15 do mês de referência.
INPC
Outro indicador de inflação medido pelo IBGE é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor. Ele é mais focado nos consumidores de menor poder aquisitivo. Ou seja, o INPC monitora a variação de preços para as famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos.
De acordo com o IBGE, essas famílias são mais afetadas por variações nos preços de itens básicos, como:
- alimentação;
- medicamentos;
- transporte.
INCC
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) também criou uma série de índices para acompanhar os preços em segmentos diversos. Por exemplo, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) é o primeiro índice a medir o custo da construção civil no país.
Atualmente, a FGV realiza a coleta dos preços em 7 capitais:
- São Paulo.
- Rio de Janeiro.
- Belo Horizonte.
- Salvador.
- Recife.
- Porto Alegre.
- Brasília.
Os itens acompanhados são: materiais e equipamentos, serviços e mão-de-obra.
IGP-M
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), também medido pela FGV, é conhecido como a inflação do aluguel. Porque a variação apontada por ele é usada na correção dos contratos de locação de imóveis.
Além disso, esse índice também é usado para o reajuste de tarifas públicas, como energia e telefonia.
IPC
O índice de Preços ao Consumidor (IPC) é medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE). E mede o custo de vida na cidade de São Paulo. Nesse sentido, são avaliadas as variações de preços que afetam as famílias com faixa de renda de 1 a 10 salários mínimos.
Por que devo me preocupar com a inflação?
De fato, a palavra-chave de uma economia saudável é: equilíbrio. Enquanto a inflação está sob controle, dentro da meta, com crescimento econômico e aumento do poder de compra, tudo bem.
Por outro lado, quando os preços sobem de forma descontrolada, isso prejudica toda a população. Primordialmente as pessoas com menor renda. Todo mundo precisa se preocupar com a inflação, porque é ela que mede o seu poder de compra.
Existe deflação?
Por analogia, entendemos que deflação é o oposto da inflação. Ou seja, quando os preços dos produtos e serviços caem, eles atravessam um momento de deflação.
Embora a deflação pareça atraente, pois os produtos ficariam mais acessíveis, infelizmente não é bem assim que funciona.
De fato, a causa mais comum da deflação é a queda na demanda dos consumidores. Em outras palavras, as pessoas não têm dinheiro para comprar. Enfim, esse é o quadro típico de crises econômicas.
Como se proteger da inflação?
Agora que você já sabe o que é inflação, como ela funciona, é preciso proteger o seu dinheiro. E o melhor caminho é por meio do investimento. Ainda que seja de Grão em Grão.
Nesse sentido, o ideal é que você busque alternativas que tenham a rentabilidade acima da inflação oficial (IPCA).
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