Diversificação de investimentos: reduza riscos e ganhe mais

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Há uma razão para a frase “não coloque todos os seus ovos na mesma cesta” ser tão repetida dentro do contexto financeiro: se você aplicasse todo o seu patrimônio em um ativo só, uma possível queda no rendimento faria você ter um prejuízo massivo. Além disso, você estaria deixando passar outras oportunidades de fazer o seu dinheiro render.

Evitar a concentração excessiva de patrimônio em uma aplicação só é o que chamamos de diversificação de investimentos. No entanto, o ato de diversificar o seu portfólio não se trata apenas de espalhar o seu dinheiro de forma aleatória: é preciso estratégia.

Neste artigo, vamos te ensinar o que é esse conceito, bem como algumas boas práticas para você manter em mente na hora de investir. Veja só tudo o que vai aprender por aqui:

  • O que é a diversificação de investimentos;
  • Por que diversificar investimentos é essencial;
  • Como montar uma carteira diversificada;
  • Exemplos de diversificação de investimentos por perfil de investidor;
  • Erros comuns ao diversificar investimentos e como evitá-los.

No final, ainda reservamos uma dica especial sobre onde você pode conseguir a ajuda de um profissional especializado para guiar as suas decisões na hora de montar seu portfólio e administrar o seu patrimônio. Vamos lá?

O que é a diversificação de investimentos?

A diversificação de investimentos é o ato de distribuir seus recursos em diferentes classes e tipos de aplicação, ou seja, é uma forma de proteger o seu dinheiro. Essa estratégia é importante para diluir riscos financeiros — assim, se um deles tiver um desempenho ruim, os outros podem compensar.

Ao diversificar, você evita depender de um único cenário econômico para ter bons resultados. Por exemplo, enquanto a renda fixa pode se beneficiar de juros altos, a renda variável costuma se valorizar em momentos de crescimento econômico. 

Combinando diferentes ativos — como CDBs, Tesouro Direto, ações, fundos imobiliários e até investimentos no exterior — você constrói uma carteira mais equilibrada, capaz de atravessar diferentes ciclos do mercado com mais estabilidade e segurança.

Por que diversificar investimentos é essencial?

Aqui estão alguns dos principais motivos pelos quais é necessário diversificar os seus investimentos:

1. Mais segurança;

2. Potencial de ganhos ampliado;

3. Redução de perdas e maior equilíbrio;

4. Acesso a alternativas com diferentes níveis de liquidez;

5. Alinhamento com diferentes objetivos financeiros.

Vamos entender melhor sobre cada um deles?

1. Mais segurança

Diversificar traz mais segurança porque evita que todo o seu patrimônio fique exposto ao mesmo risco. Se você concentra tudo em um único tipo de investimento — por exemplo, apenas em ações — está sujeito a grandes oscilações de mercado. Se, por algum motivo, o preço dessa ação caísse, você teria um prejuízo bastante grande.

Já ao distribuir seus recursos entre ativos de diferentes naturezas, como renda fixa, renda variável, você diminui o impacto de eventos negativos que podem atingir apenas um setor ou classe. A lógica é essa: se um investimento vai mal, os outros podem manter ou até aumentar o valor da carteira, o que ajuda a proteger os investidores de perdas mais severas.

2. Potencial de ganhos ampliado

Ao diversificar, você não só reduz riscos, como também aumenta suas chances de participar dos ganhos em diferentes áreas da economia

Mercados se comportam de forma cíclica — o que significa que, enquanto um setor pode estar em baixa, outro pode estar em alta. Ao estar exposto a várias frentes (como ações, imóveis, renda fixa, câmbio, fundos multimercado ou internacionais), você amplia o leque de oportunidades de retorno

Inclusive, isso é especialmente importante em um cenário dinâmico como o brasileiro, onde fatores políticos, econômicos e externos podem alterar rapidamente as perspectivas de cada classe de ativo.

3. Redução de perdas e maior equilíbrio

Um portfólio diversificado tende a sofrer menos em momentos de instabilidade, pois os ativos reagem de formas diferentes aos acontecimentos do mercado. Por exemplo, enquanto ações podem cair em uma crise, títulos do Tesouro podem subir. Assim, os resultados da carteira tendem a ser mais equilibrados.

Esse comportamento compensa perdas pontuais e evita grandes sustos no patrimônio. Além disso, é esse equilíbrio que vai tornar mais previsível a trajetória dos investimentos, o que é bem importante para quem tem metas financeiras definidas — como comprar um imóvel, se aposentar ou pagar a faculdade dos filhos.

4. Acesso a alternativas com diferentes níveis de liquidez

Cada investimento tem um prazo diferente para resgate — isso é o que chamamos de liquidez. Diversificando, você consegue montar uma carteira que combina ativos de alta liquidez (como Tesouro Selic ou fundos de emergência, por exemplo) com investimentos de longo prazo (como ações, fundos imobiliários ou previdência privada). 

Dessa maneira, você se organiza para que tenha sempre recursos disponíveis para imprevistos, sem precisar resgatar investimentos em momentos desfavoráveis. Ou seja, a diversificação ajuda a organizar melhor o seu dinheiro conforme a urgência com que ele pode ser necessário.

5. Alinhamento com diferentes objetivos financeiros

Um único investimento dificilmente vai atender todas as suas metas, como ter uma reserva de emergência, construir patrimônio para o momento da aposentadoria ou realizar um sonho de médio prazo. 

Se dividir seu dinheiro entre aplicações de curto, médio e longo prazo, vai conseguir escolher os produtos mais adequados para cada finalidade — tanto em termos de risco quanto de retorno. 

Como montar uma carteira diversificada?

Aqui vai uma sugestão de ações que podem te ajudar a diversificar os seus investimentos:

  • Defina seus objetivos financeiros e prazos;
  • Distribua os investimentos entre diferentes classes de ativos;
  • Diversifique dentro de cada classe de ativos;
  • Explore as principais alternativas do mercado financeiro;
  • Faça a gestão de riscos com atenção ao seu perfil;
  • Considere alternativas diferentes;
  • Siga uma metodologia que favoreça a diversificação; 
  • Acompanhe e reavalie periodicamente sua carteira.

Siga na leitura para entender o que fazer em cada um desses passos.

1. Defina seus objetivos financeiros e prazos

Antes de investir, você precisa saber o que você quer alcançar com seu dinheiro e em quanto tempo

Objetivos de curto prazo, como montar uma reserva de emergência ou fazer uma viagem, exigem investimentos mais conservadores e líquidos. Já metas de longo prazo, como aposentadoria ou compra de um imóvel, te dão a chance de assumir um pouco mais de risco em busca de maior rentabilidade

Como cada ativo terá condições distintas — vencimento, rentabilidade, grau de risco etc. —, é importante que as suas escolhas estejam alinhadas às suas necessidades, para não cometer o equívoco de deixar o dinheiro “trancado” em um investimento de longo prazo, por exemplo, quando na verdade você precisava mais de liquidez.

2. Distribua os investimentos entre diferentes classes de ativos

Esse passo é importante porque cada classe tem um comportamento diferente diante das mudanças econômicas, o que ajuda a equilibrar os resultados. A proporção entre elas deve respeitar seu perfil de investidor (conservador, moderado ou arrojado) e estar em sintonia com seus objetivos financeiros.

Veja como cada classe de ativo se comporta em diferentes cenários.

Renda fixa

Nas alternativas da renda fixa, existem condições predeterminadas de retorno. Logo, é possível saber qual será a rentabilidade obtida ou, pelo menos, a lógica de cálculo que será aplicada. Por exemplo: em investimentos prefixados, há uma rentabilidade definida em uma taxa fixa — com 10% ao ano.

Já nos pós-fixados a rentabilidade é atrelada a um índice do mercado, como a taxa Selic.

Assim, embora não seja possível ter certeza sobre qual será o resultado no vencimento, você saberá como será calculado o retorno. Também existem alternativas ligadas a um índice mais uma taxa fixa.

Entre as principais alternativas da renda fixa, estão:

Renda variável

A renda variável não possui uma lógica de rentabilidade predefinida. Com isso, ela traz mais riscos, mas também oferece um potencial maior de retorno, já que não há a limitação presente na renda fixa.

Aqui, prazos mais longos ajudam a reduzir os riscos, pois o horizonte mais amplo diminui os impactos das oscilações de curto prazo nos ativos.

Entre as principais alternativas da renda variável, estão:

Ainda, existem as alternativas do mercado externo. Isso porque é possível se expor a ativos internacionais, de maneira direta ou indireta. Uma vantagem dessas alternativas é a exposição cambial, que pode proteger contra as variações do dólar, por exemplo, e a outras economias, ampliando a diversificação.

3. Diversifique dentro de cada classe de ativos

Além de variar entre categorias, é importante diversificar dentro de cada classe. Por exemplo, na renda fixa, uma ideia seria combinar CDBs de bancos diferentes, Tesouro Direto e LCIs/LCAs. Inclusive, se o seu perfil for muito conservador essa diversificação é bem importante, já que você provavelmente ainda não está no momento de investir em renda variável também.

Na renda variável, é possível investir em empresas de setores distintos ou em fundos que repliquem índices amplos, como o Ibovespa ou o S&P 500. Essa diversificação interna protege seu patrimônio contra riscos específicos de um emissor, setor ou tipo de ativo.

4. Explore as principais alternativas do mercado financeiro

Lembre-se: o mercado oferece diversas opções além dos produtos mais tradicionais. Fundos multimercado, BDRs, ETFs, debêntures, previdência privada e Fundos Imobiliários são alguns exemplos que podem complementar sua carteira, desde que estejam alinhados ao seu perfil de risco. 

Quando explora essas alternativas, você aumenta as possibilidades de retorno e monta uma estratégia mais completa, com exposição a diferentes economias, moedas e dinâmicas de mercado.

5. Faça a gestão de riscos com atenção ao seu perfil

Pessoas com perfil conservador devem priorizar segurança e liquidez, por exemplo, enquanto investidores arrojados estão mais dispostos a enfrentar oscilações em busca de maiores retornos

Aqui, não tem nenhuma fórmula mágica. O segredo é montar uma carteira que respeite seus limites emocionais e evite decisões impulsivas em momentos de crise, e isso impacta diretamente o desempenho da sua carteira.

6. Considere alternativas diferentes

Além dos investimentos financeiros tradicionais, considere outras possibilidades que podem complementar sua estratégia. Isso inclui investimentos no exterior, criptomoedas (com cautela) e fundos cambiais.

Importante: antes de comprar ativos do tipo, entenda o funcionamento e o risco de cada um deles. A proposta aqui é ampliar horizontes de forma estratégica, sem comprometer a simplicidade da carteira.

7. Siga uma metodologia que favoreça a diversificação

É importante ter um critério claro para montar sua carteira. Você pode usar estratégias como a alocação percentual (dividir o capital entre tipos de ativos conforme seu perfil), alocação por objetivos (relacionando cada investimento a uma meta) ou a famosa regra dos 70/30 (70% em segurança, 30% em risco, por exemplo). 

Quando você tem um método assim, consegue evitar decisões impulsivas e manter a consistência no longo prazo. 

8. Acompanhe e reavalie periodicamente sua carteira

A diversificação não é algo que se faz uma vez e esquece. Ao longo do tempo, o mercado muda, seus objetivos evoluem e alguns investimentos podem se valorizar mais que outros, desequilibrando a carteira

Por isso, é importante revisar periodicamente sua alocação, fazer ajustes quando necessário e manter sua estratégia alinhada ao que você precisa em cada fase da vida.

Exemplos de diversificação de investimentos por perfil de investidor

Cada perfil de investidor terá um grau distinto de tolerância ao risco, por isso, a diversificação seguirá caminhos diferentes para cada pessoa. De modo geral, perfis mais conservadores acabam diversificando dentro da renda fixa, enquanto perfis arrojados tendem a mesclar títulos estáveis com ativos mais arriscados.

Abaixo, explicamos um pouco mais sobre cada perfil e trouxemos alguns exemplos de diversificação para cada um.

Importante: os exemplos abaixo são meramente ilustrativos, para que você consiga visualizar com mais clareza o processo de decisão de investimento de diferentes perfis. Não se tratam, portanto, de recomendações de aplicação;

Perfil conservador

Esse perfil valoriza a segurança do capital e a previsibilidade dos retornos. Em geral, os investidores conservadores tendem a evitar oscilações e preferem ativos mais estáveis e com baixa exposição ao risco.

Como ficaria a diversificação nesse caso? Cerca de 80% a 90% da carteira seria composta por investimentos de baixo risco e alta liquidez, enquanto os 10% a 20% restantes poderiam ser alocados em opções de risco moderado, apenas para tentar proteger o poder de compra no longo prazo.

Perfil moderado

Os investidores moderados buscam equilíbrio entre segurança e crescimento. Ou seja, estão dispostos a correr um pouco mais de risco para obter melhores retornos, mas sem abrir mão de certa proteção.
Como ficaria a diversificação nesse caso? Uma carteira dividida de forma mais equilibrada, com algo entre 50% a 70% em ativos de baixo ou médio risco, e o restante em ativos com maior potencial de valorização, mas que apresentam mais volatilidade.

Perfil arrojado

Esse perfil está mais confortável com oscilações no curto prazo e visa um crescimento mais expressivo no longo prazo. Também está preparado para lidar com perdas momentâneas em busca de rentabilidade superior.

Como ficaria a diversificação nesse caso? Em geral, cerca de 70% a 90% da carteira pode estar em ativos de maior risco e volatilidade, buscando retorno elevado, enquanto 10% a 30% são mantidos em ativos mais estáveis, como forma de proteção parcial da carteira.

Erros comuns ao diversificar investimentos e como evitá-los

Na hora de investir, alguns erros comuns que podem ser evitados são:

  • Concentrar demais em um único tipo de ativo: mesmo quando você investe apenas em uma classe, busque ao menos diversificar as emissoras dos títulos e o formato de remuneração;
  • Ignorar o próprio perfil de investidor: não assuma riscos maiores ou menores do que se está preparado para lidar. Lembre de avaliar seu perfil antes de definir a estratégia de diversificação;
  • Não considerar os prazos dos seus objetivos: não caia no erro de usar investimentos de longo prazo para metas de curto prazo e vice-versa. O ideal é relacionar cada investimento ao tempo e à finalidade corretos;
  • Excesso de ativos diferentes: ter muitos investimentos pode te fazer perder o controle da carteira e diluir demais o rendimento. Nesse caso, qualidade é mais importante que quantidade;
  • Esquecer de acompanhar a carteira: a ideia não é montar uma carteira e nunca mais revisar. Reavalie periodicamente para manter o equilíbrio e ajustar quando necessário;
  • Seguir modismos: não invista por impulso ou por influência de terceiros. Sempre baseie suas decisões em planejamento, estudo e coerência com seus objetivos.

Precisa de ajuda para diversificar com inteligência?

Até aqui, você aprendeu que a diversificação de investimentos é uma abordagem necessária para deixar o seu portfólio mais equilibrado — e também deve ter notado que, para colocar isso em prática de forma inteligente, é preciso entender bem qual é o seu perfil e como cada ativo funciona.

Precisa de ajuda nessa tarefa? Então, olha só: temos à disposição profissionais preparados para te guiar na sua jornada de investimentos — descobrindo qual é o seu perfil, te auxiliando a listar suas metas e a criar um portfólio que esteja alinhado aos seus objetivos.

Gostou da ideia? Então, temos mais uma boa notícia: você pode agendar uma reunião gratuita e sem compromissos agora mesmo para começar a tomar as rédeas das suas finanças e aprender a investir melhor! 

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