Os Fundos de Investimento se dividem entre diferentes tipos — e um deles são os FIDC, os Fundos de Investimento em Direito Creditório. Há um tempo, com uma alteração na Resolução 175 da CVM, esses produtos financeiros passaram a ser acessíveis para investidores comuns também — até então, apenas investidores profissionais, com patrimônio líquido acima de R$1 milhão, podiam investir em FIDC.
Se o assunto te interessa e você ainda sabe pouco sobre esse produto, te convidamos a seguir na leitura e descobrir a resposta para essas perguntas:
- O que é um FIDC?
- Qual a diferença entre FIDC e FII?
- Quais são os tipos de FIDC?
- Como um FIDC ganha dinheiro?
- Como é a tributação do FIDC?
- Qual é a rentabilidade do FIDC?
- Qual a vantagem do FIDC?
- Quais os riscos de um FIDC?
- Como investir em FIDC
- Quais são os melhores fundos FIDC no Brasil?
No final, deixamos uma dica especial de investimento para você que deseja diversificar o seu portfólio. Vamos lá?
O que é um FIDC?
Um FIDC, ou Fundo de Investimento em Direitos Creditórios, é um tipo de Fundo que investe principalmente em recebíveis, ou seja, direitos de empresas de receber valores no futuro — como parcelas de vendas no cartão, boletos, duplicatas ou contratos de aluguel.
Como funciona um FIDC?
Um FIDC funciona como uma forma de transformar esses recebíveis em dinheiro imediato: as empresas vendem seus créditos ao fundo, que paga à vista e depois recebe os valores no prazo acordado.
Trata-se, então, de uma alternativa de financiamento fora do sistema bancário tradicional, normalmente usada por empresas que querem melhorar seu fluxo de caixa e por investidores que buscam retornos maiores, assumindo riscos de crédito mais elevados.
Qual a diferença entre FIDC e FII?
A principal diferença entre FIDC e FII (Fundo de Investimento Imobiliário) está no tipo de ativo em que cada fundo investe e no objetivo que busca atender.
Para começar, um FIDC é voltado para aplicações em recebíveis, ou seja, créditos que uma empresa tem a receber como duplicatas, boletos ou parcelas de vendas. Assim, o foco está no financiamento de empresas e na antecipação desses recebíveis.
Já um FII, por sua vez, investe em ativos ligados ao setor imobiliário — imóveis físicos (galpões, prédios comerciais, shoppings) ou títulos relacionados (como CRIs). O objetivo é gerar renda, geralmente por meio do aluguel desses imóveis, e repassar esses valores aos cotistas na forma de dividendos mensais.
Quais são os tipos de cotas FIDC?
Como as cotas de um FIDC podem apresentar diferenças em termos de liquidez e rentabilidade, elas são categorizadas em tipos. Veja só:
- Cotas sênior: têm prioridade na hora de receber os pagamentos devidos. Embora a rentabilidade aqui seja menor, são consideradas mais seguras que as demais;
- Cotas subordinadas: apresentam menor prioridade no recebimento de pagamentos, logo, são mais arriscadas e com maior potencial de rentabilidade;
- Cotas mezanino: aqui, temos cotas híbridas, que combinam características das cotas sênior e subordinadas. O nível de prioridade nos pagamentos é intermediário, bem como os graus de rentabilidade e risco;
- Cotas de performance: a rentabilidade dessas cotas é variável, pois depende do desempenho da carteira do FIDC. Quando a performance apresentada é boa, a rentabilidade dessas cotas acaba sendo maior que as demais.
Como um FIDC ganha dinheiro?
Um FIDC ganha dinheiro com a compra de direitos creditórios com desconto e com o recebimento dos valores devidos por esses direitos. Então, o lucro vem da diferença entre o valor pago e o recebido.
Ou seja, um FIDC adquire dívidas de empresas (faturas e parcelamentos, por exemplo), para antecipar o recebimento desses valores com um desconto. Posteriormente, lucra quando os devedores pagam esses valores ao fundo.
Quem pode emitir um FIDC?
Diferentes tipos de empresas que desejam antecipar o recebimento de créditos futuros podem estruturar um FIDC — ou seja, transformar seus recebíveis em recursos imediatos. Essas empresas cedem os direitos creditórios (como duplicatas, boletos e parcelas a receber) para o fundo, que, por sua vez, os vendem a investidores.
A emissão de um FIDC, no entanto, deve seguir normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Por isso, a estrutura do fundo precisa contar com instituições habilitadas, como:
- Administrador: uma instituição financeira autorizada pela CVM, responsável pela constituição e gestão operacional do fundo;
- Gestor: cuida das decisões de investimento e da análise dos direitos creditórios;
- Custodiante e auditor independente: trabalham pela segurança, pelo controle e pela transparência das operações.
Em resumo, empresas de diversos setores podem originar um FIDC para captar recursos. No entanto, a emissão formal e a estruturação exigem o envolvimento de instituições reguladas pelo mercado financeiro.
Como é a tributação do FIDC?
Por ser um investimento de renda fixa, um FIDC vai ser tributado pela tabela regressiva do Imposto de Renda. Observe:
Prazo do investimento | Alíquota de IR |
Até 180 dias | 22,5% |
De 181 a 360 dias | 20,0% |
De 361 a 720 dias | 17,5% |
Acima de 720 dias | 15,0% |
Caso a aplicação seja resgatada antes de completar 30 dias, há a incidência do IOF, que começa em 96% no 1º dia do investimento e zera no 30º. Depois disso, a cobrança deixa de existir.
Com o Novo Pacote Fiscal do governo, algumas alterações em relação à tributação do FIDC e outros investimentos estão em debate. Se as mudanças forem aprovadas, um novo imposto antecipado de 0,38% seria aplicado sobre os FIDCs — até o momento, essa taxa é inexistente. Além disso, a tabela regressiva seria substituída por uma alíquota única de 17,5%.
Qual é a rentabilidade do FIDC?
Diferentes FIDCs vão apresentar rentabilidades distintas — num geral, os retornos ficam entre 100% e 130% do CDI, com algumas alternativas que ultrapassam esse patamar.
Alguns fatores que vão influenciar na rentabilidade desses produtos financeiros são:
- Risco dos ativos: FIDCs investem em direitos creditórios que podem representar graus de inadimplência variados. Então, a rentabilidade é ajustada para refletir esse risco;
- Estrutura: a composição e a classificação das cotas de um FIDC também interfere na sua rentabilidade. Cotas seniores, por exemplo, têm prioridade no recebimento de pagamentos e, assim, são menos arriscadas e menos rentáveis;
- Taxas e prazos: prazos de resgate e taxa de administração, bem como a de performance (quando esta é praticada), também influenciam a rentabilidade final.
Quais as vantagens do FIDC?
Investindo em FIDC, algumas vantagens que o investidor aproveita são:
- Diversificação de carteira;
- Potencial de retorno atrativo;
- Distribuição periódica de rendimentos;
- Possibilidade de investimento em diferentes setores.
Vamos entender cada uma delas em detalhes?
Diversificação de carteira
Um FIDC possibilita que investidores acessem uma classe de ativos diferente daquelas mais tradicionais, como ações ou títulos públicos.
Incluindo direitos creditórios na carteira, é possível reduzir a correlação entre os ativos e, assim, diluir os riscos. Inclusive, essa diversificação é especialmente útil para proteger o portfólio contra oscilações de mercado, uma vez que os recebíveis seguem dinâmicas próprias, ligadas ao comportamento de consumo e ao crédito empresarial.
Atenção: ainda assim, é importante manter em mente que FIDCs têm graus de risco variados, que devem ser cuidadosamente analisados antes da aplicação. Se o seu perfil tiver baixa tolerância ao risco, prefira investimentos mais estáveis e com dinâmicas simples.
Potencial de retorno atrativo
Os FIDCs podem oferecer retornos superiores aos de investimentos conservadores, especialmente quando estruturados com carteiras de recebíveis de boa qualidade e risco controlado.
Como os rendimentos estão ligados ao pagamento de créditos por parte de empresas e consumidores, é possível se beneficiar de taxas de remuneração mais elevadas, que refletem o risco embutido nas operações e a demanda por financiamento fora do sistema bancário tradicional.
Distribuição periódica de rendimentos
Muitos FIDCs contam com a distribuição regular dos rendimentos provenientes dos pagamentos dos créditos da carteira.
Isso significa que os investidores podem receber fluxos de caixa periódicos, funcionando como uma fonte de renda passiva. Aqui, temos uma característica especialmente interessante para quem busca retornos mais constantes, sem precisar aguardar o vencimento do fundo para obter os ganhos.
Possibilidade de investimento em diferentes setores
Um FIDC pode ser estruturado com base em recebíveis de vários segmentos da economia, como varejo, agronegócio, saúde, educação e serviços.
Dessa maneira, é possível direcionar recursos a setores específicos — aqueles que apresentam com potencial de crescimento, por exemplo. Além disso, essa flexibilidade serve para uma exposição mais ampla ao desempenho econômico do país, com potencial de captar oportunidades em nichos variados.
Quais os riscos de um FIDC?
Antes de investir em um FIDC, o ideal é que você considere os seguintes riscos:
- Risco de crédito;
- Risco de mercado;
- Risco de liquidez;
- Risco de gestão.
Entenda cada um deles a seguir.
Risco de crédito
O risco de crédito é um dos principais nos FIDCs, pois está relacionado à possibilidade de inadimplência dos devedores dos recebíveis que compõem a carteira do fundo.
Caso empresas ou consumidores não paguem os valores devidos, o Fundo pode ter dificuldade para gerar os rendimentos esperados, consequentemente comprometendo a rentabilidade para os cotistas. Atenção: esse risco é maior quando os recebíveis são de empresas com menor solidez financeira ou histórico de pagamento limitado.
Risco de mercado
Embora os FIDCs sejam menos sensíveis às variações do mercado financeiro do que ações ou títulos públicos, ainda podem ser impactados por mudanças no cenário econômico — como aumento da inadimplência em momentos de crise ou recessão.
Oscilações nos indicadores de crédito ou nas taxas de juros, por exemplo, são fatores que podem influenciar tanto a performance da carteira quanto a atratividade do Fundo no mercado secundário.
Risco de liquidez
Os FIDCs tendem a ter baixa liquidez, já que muitos deles não são negociados diariamente e têm prazos longos de duração.
Isso significa que, se um cotista tentar resgatar o dinheiro antes do vencimento, talvez encontre dificuldade para vender suas cotas ou precise fazê-lo com desconto. Por isso, é um produto mais indicado para quem pode manter o capital investido por prazos mais longos.
Risco de gestão
A performance de um FIDC depende diretamente da qualidade da gestão do Fundo, especialmente na seleção dos créditos que vão compor a carteira.
Uma análise inadequada dos riscos de inadimplência ou uma estruturação mal feita do Fundo, portanto, podem comprometer os resultados. Na dúvida, prefira Fundos geridos por instituições com experiência no setor.
Como investir em FIDC?
Para investir em um FIDC, é necessário buscar uma instituição financeira ou plataforma autorizada que ofereça esse tipo de produto financeiro, analisar a lâmina do Fundo, regulamento e dados como composição da carteira, política de crédito e riscos envolvidos.
O investimento é feito por meio da aquisição de cotas e os prazos e formas de distribuição de rendimentos podem variar conforme o FIDC escolhido. Quanto ao valor mínimo, esse inicia em R$25 mil, o que torna os FIDCs aplicações de grande porte.
A título de informação, os FIDCs costumavam ser restritos a investidores qualificados — pessoas físicas ou jurídicas cujas aplicações financeiras somem mais de R$1 milhão, ou que possuam uma certificação aceita pela CVM que ateste tal condição. No entanto, alterações na Resolução CVM 175 tornaram os FIDCs acessíveis para investidores comuns também.
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