No mercado de investimentos, há duas classes principais: renda fixa e renda variável. Enquanto uma tende a oferecer retornos mais estáveis e previsíveis, a outra contempla riscos mais elevados, porém com retornos potencialmente maiores.
Essa, é claro, se trata de uma descrição bastante simplificada destes conceitos. Na prática, ambos apresentam detalhes e pontos de atenção bastante importantes para você que está montando seu portfólio. Inclusive, são dois dos aspectos mais basilares para quem está se educando financeiramente.
Topa sair deste artigo sem nenhuma dúvida sobre o assunto? Siga conosco para aprender:
- O que é a renda fixa;
- O que é a renda variável;
- Qual a diferença entre a renda fixa e a renda variável;
- Qual o melhor investimento hoje, renda fixa ou variável;
- Por que diversificar e investir em renda fixa e variável;
- Quanto investir em renda fixa e renda variável.
No fim, ainda deixamos uma sugestão de aplicação que mescla renda fixa e renda variável que pode vir a somar no seu portfólio. Vamos lá?
O que é a renda fixa?
Na renda fixa, os investimentos tendem a ser mais estáveis e previsíveis. Afinal, o formato de remuneração é definido no momento da aplicação. Dessa maneira, é possível saber de antemão qual será a taxa de retorno a ser recebida no vencimento, ou ao menos qual índice econômico vai ser usado de referência para corrigir o valor.
Por conta dessa dinâmica, essa classe é, em geral, considerada uma alternativa mais segura de investimento — indicada para iniciantes, ou para aqueles cuja estratégia é aumentar a exposição do portfólio a títulos mais conservadores.
Algumas outras características importantes de se ter em mente são:
- Prazos de vencimento: a renda fixa conta com títulos de prazos de vencimento diversos, desde curto prazo até horizontes temporais mais longos;
- Liquidez: alguns títulos oferecem liquidez diária (ou seja, é possível resgatar os valores aplicados a qualquer momento), enquanto outros exigem que o capital permaneça aplicado até o vencimento para obter o retorno prometido.
Quanto à proteção, alguns títulos de renda fixa são protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), mecanismo que reembolsa o investidor em até R$250.000,00 (por CPF e por instituição) em caso de inadimplência por parte do banco emissor. Importante: esse reembolso, no entanto, não é automático — é preciso ser solicitado junto ao FGC. É o caso dos CDBs, das LCIs e LCAs, por exemplo.
Quais são os principais títulos públicos de renda fixa?
Na renda fixa, os títulos públicos são aqueles emitidos pelo Governo Federal. Os principais são:
- Tesouro prefixado: oferece um rendimento fixo definido no momento da compra;
- Tesouro prefixado com juros semestrais: variante do Tesouro Prefixado que paga os juros acumulados a cada seis meses;
- Tesouro IPCA+ (híbrido): combina uma taxa fixa com a variação do IPCA, para fins de proteção contra a inflação e obtenção de rendimento real;
- Tesouro IPCA + com juros semestrais (híbrido): funciona como o Tesouro IPCA+, mas com pagamentos periódicos de juros a cada seis meses;
- Tesouro Selic (pós-fixado): título de menor volatilidade que segue a taxa Selic, indicado para quem deseja alta liquidez e segurança.
Aqui, o governo faz a emissão desses títulos como forma de levantar recursos para financiar o desenvolvimento econômico do país, direcionando o patrimônio para áreas da saúde e educação, por exemplo. Em troca, o investidor recebe o valor aportado com o acréscimo de juros.
Nos títulos públicos, assim como em demais títulos de renda fixa, há três formatos de remuneração: prefixada, pós-fixada e híbrida. Entenda a diferença entre eles:
- Prefixada: oferecem previsibilidade ao garantir uma rentabilidade fixa no vencimento. Dentro das possibilidades da renda fixa, costumam ser atrativos em cenários de queda da Selic;
- Pós-fixada: a rentabilidade está atrelada a indicadores como CDI ou Selic, com ganhos variáveis, mas alinhados à taxa básica de juros;
- Híbrida: combina uma taxa fixa com rendimento atrelado a um índice econômico, como IPCA, CDI ou IGP-M.
Antes de prosseguirmos, vale lembrar que, embora o Tesouro Direto não conte com a proteção do FGC, ainda assim é extremamente seguro, já que é garantido pelo próprio Governo Federal.
Quais são os principais títulos privados de renda fixa?
Os títulos privados de renda fixa são aqueles que, como o nome indica, são emitidos por empresas privadas. Os principais são:
- Certificado de Depósito Bancário (CDB): título emitido por bancos para captar recursos, com rentabilidade prefixada, pós-fixada ou híbrida;
- Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA): investimentos isentos de IR, lastreados em operações dos setores imobiliário e do agronegócio;
- Recibo de Depósito Bancário (RDB): título semelhante ao CDB, mas sem liquidez antes do vencimento e com rentabilidade geralmente fixa;
- Letra Financeira (LF): título de renda fixa emitido por instituições financeiras, geralmente com valores e prazos maiores;
- Letra Imobiliária Garantida (LIG): título de renda fixa garantido por uma carteira de créditos imobiliários;
- Debêntures: são emitidas por empresas para captar recursos, com rentabilidade prefixada, pós-fixada ou híbrida, sujeitas a IR;
- Debêntures incentivadas: isentas de IR, são emitidas para financiar projetos de infraestrutura de interesse público;
- Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA): títulos lastreados em recebíveis dos setores imobiliário ou do agronegócio, geralmente isentos de IR.
Antes de prosseguirmos, vale um lembrete sobre o grau de risco de alguns dos títulos citados — afinal, mesmo a renda fixa apresenta riscos que devem ser levados em consideração.
Quando um título é emitido por uma empresa privada, existe o risco de crédito, que é a possibilidade de a emissora não devolver o valor investido ou o rendimento obtido no período. Esse é um problema presente, por exemplo, em CDBs de bancos menores ou com avaliações negativas por casas de análise.
As debêntures passam pelo mesmo, uma vez que são emitidas por empresas privadas e cuja segurança do investimento pode ser bem complexa de se analisar, até mesmo para os mais experientes.
Se você estiver na dúvida ou tiver pouco conhecimento sobre o mercado de investimentos, nossa recomendação é que opte pelas alternativas mais seguras, como os títulos do Tesouro Direto ou CDBs emitidos por instituições sólidas e com bons históricos.
O que é a renda variável?
A renda variável é uma categoria de investimentos na qual o retorno não é garantido, nem previsível. Diferentemente da renda fixa, em que você sabe de antemão quanto pode ganhar, na renda variável o desempenho do seu dinheiro depende de diversos fatores, tais como:
- Condições de mercado;
- Ciclo econômico;
- Performance do ativo escolhido;
- Desempenho da empresa emissora;
- Oferta e demanda por parte dos investidores.
Na prática, isso significa que você pode ganhar mais do que esperava ou perder parte do valor investido. É como se você se tornasse sócio ou parceiro de um negócio, apostando no seu crescimento ao longo do tempo. Por isso, os investimentos em renda variável podem apresentar oscilações diárias de valor, embora apresentem a possibilidade de retornos maiores no longo prazo.
Esse tipo de investimento é indicado para quem está disposto a assumir mais risco em troca de um potencial de lucro maior. É ideal, então, para objetivos de longo prazo e para quem tem paciência e um bom planejamento, já que o mercado pode ter altos e baixos momentâneos.
Lembre-se: por conta da imprevisibilidade da renda variável, é recomendado que iniciantes façam os seus primeiros investimentos na renda fixa e passem a incluir a renda variável no portfólio somente quando se sentirem confortáveis para tal.
Quais são os investimentos de renda variável?
Os principais ativos de renda variável são:
- Ações de empresas: representam pequenas partes do capital de uma empresa, e quem as compra se torna sócio, participando de lucros e prejuízos;
- Fundos de ações: são investimentos coletivos em que os recursos são majoritariamente aplicados em uma carteira diversificada de ações, gerenciada por um profissional;
- Fundos Imobiliários: investimentos que permitem aplicar em empreendimentos imobiliários, como shoppings ou prédios comerciais, recebendo renda de aluguéis ou valorização;
- Commodities: são contratos relacionados a produtos básicos, como petróleo, ouro ou soja, negociados em bolsas de valores, que permitem ao investidor especular ou se proteger contra variações de preços;
- Criptomoedas: moedas digitais descentralizadas, como o Bitcoin, que oferecem potencial de valorização, mas também alta volatilidade;
- Câmbio: refere-se a contratos de compra e venda de moedas estrangeiras, negociados em mercados financeiros, usados para proteger investimentos ou especular com a variação cambial.
Qual a diferença entre a renda fixa e a renda variável?
A renda fixa é um tipo de investimento em que você já sabe, desde o início, como será a remuneração ou qual será a regra usada para calcular o retorno. Já a renda variável é diferente: os retornos podem subir ou descer ao longo do tempo, dependendo de fatores como o desempenho de empresas, mercados ou até mesmo de commodities. Isso significa que, na renda variável, não há garantias de quanto você vai ganhar, mas o potencial de lucro é maior.
Veja algumas diferenças entre ambas as classes nesta tabela comparativa:
Aspecto | Renda fixa | Renda variável |
Risco | Tende a ser baixo, já que a maioria dos títulos apresenta bom grau de previsibilidade. | Geralmente alto, devido à oscilação dos preços no mercado. |
Retorno | Geralmente menor, mas estável e conhecido. | Potencialmente maior, mas não garantido. |
Previsibilidade | Retorno definido no início (prefixado) ou com base em índices (pós-fixado). | Retorno incerto, depende de fatores externos como mercado e economia. |
Perfil do investidor | Deve compor a maior parte da carteira de investidores conservadores ou que desejam aumentar a exposição do portfólio a títulos mais estáveis. | Deve compor a maior parte da carteira de investidores moderados e arrojados. |
Exemplos | Títulos públicos, CDBs, LCIs e LCAs. | Ações, Fundos Imobiliários, criptomoedas, commodities. |
Liquidez | Depende do tipo de título. | Variável, dependendo do ativo e das condições do mercado. |
Relação risco x retorno | Normalmente apresenta menor risco, assim como menores retornos. | Maior risco, maior potencial de retorno. |
Oscilação | Tende a ser estável, embora o grau de oscilação dependa do título específico. | Alta volatilidade, preços mudam constantemente. |
Objetivo | Preservar capital e garantir rendimentos previsíveis. | Aumentar patrimônio com foco no longo prazo e em maiores ganhos. |
Importante: reparou que, em vários momentos, reforçamos que mesmo a renda fixa pode apresentar oscilações e incertezas? Pois bem, no caso dos títulos públicos, isso acontece por causa da marcação a mercado, que reavalia diariamente os preços dos títulos, de acordo com a taxa de juros atual e a demanda do mercado. É por conta dessa marcação que, se você precisar vender um título antes do vencimento, pode enfrentar variações de preço, para cima ou para baixo. Se esperar até o vencimento, porém, aí sim o retorno será o mesmo que foi combinado no início.
Qual o melhor investimento hoje, renda fixa ou variável?
Não há como apontar a renda fixa ou a renda variável como a melhor alternativa, já que a composição do seu portfólio vai depender do seu perfil de investidor e dos seus objetivos financeiros. Além disso, seja dentro de uma mesma classe ou mesclando ambas, a diversificação é o melhor caminho para uma carteira sustentável.
Em geral, a renda fixa costuma ser mais adequada para quem busca mais segurança e previsibilidade, enquanto a renda variável tende a oferecer maior potencial de retorno a longo prazo, com maior risco.
Inclusive, já que mencionamos o longo prazo, vale o lembrete de que, se este horizonte temporal for o seu foco, o ideal é que monte o portfólio pensando no futuro, em vez de se basear em cenários momentâneos. Na prática, isso significa selecionar títulos e ativos que apresentem bom potencial de retorno em situações favoráveis e proteção patrimonial em cenários menos positivos.
Por que diversificar e investir em renda fixa e variável?
Mesclar renda fixa e renda variável no seu portfólio é uma boa estratégia para ter equilíbrio entre risco e retorno, mais segurança e melhor rentabilidade. Isso porque a diversificação te ajuda a minimizar os impactos de eventuais perdas em um segmento, enquanto aproveita oportunidades de crescimento em outro.
Vamos juntos entender cada uma das razões a seguir.
Equilíbrio entre risco e retorno
Quando você mescla renda fixa e variável, balanceia o risco e o retorno da sua carteira. De forma geral, podemos dizer que a renda fixa vai trazer mais previsibilidade, enquanto a variável, embora apresente oscilações maiores, têm o potencial de resultar em ganhos mais atrativos.
Em resumo, combinando as duas classes, você reduz a exposição a riscos excessivos, sem abrir mão de aproveitar potenciais oportunidades de crescimento.
Segurança do portfólio
É a diversificação que vai proteger seu portfólio contra perdas significativas em momentos de instabilidade. Se um segmento, como a renda variável, passar por um período de queda, os investimentos em renda fixa ajudam a manter parte do patrimônio estável. É, então, uma estratégia que proporciona mais tranquilidade e consistência ao longo do tempo.
Busca por rentabilidade
Nesse quesito, temos a diversificação como um recurso para combinar a segurança da renda fixa com o potencial de retorno da renda variável. Isso é especialmente útil em cenários nos quais a renda fixa pode não oferecer retornos tão atrativos.
Quanto investir em renda fixa e renda variável?
A proporção de quanto investir em renda fixa e renda variável depende do seu perfil de investidor, objetivos financeiros e tolerância ao risco. Investidores mais conservadores, por exemplo, tendem a alocar uma parcela maior em renda fixa. Já os mais arrojados, dispostos a assumir riscos em troca de retornos maiores, acabam topando uma exposição maior à renda variável.
E mais: o tempo disponível para alcançar suas metas influencia essa divisão. Se você tem um prazo longo, consegue assumir mais riscos e investir mais em renda variável, se valendo do tempo para suavizar as oscilações do mercado.
Em contrapartida, objetivos de curto prazo pedem uma alocação maior em renda fixa para preservar o capital e trabalhar com graus maiores de liquidez.
E se te apresentássemos uma aplicação que equilibra renda fixa e variável?
Acredita que a formação sólida do patrimônio é mais favorável no longo prazo? Nós também! Por isso, contamos com um plano de previdência privada cujo portfólio é resiliente, construído para aumentar seus ganhos em períodos de alta e te proteger quando o mercado estiver passando por uma baixa.
Olha só: aqui na Grão, contamos com a metodologia ARCA, desenvolvida e difundida por Thiago Nigro, o Primo Rico. Olha só por quais classes de ativo ela é composta:
- Ações brasileiras: expõem o seu patrimônio ao mercado nacional, para aproveitar o potencial de ganhos e ter acesso a bons ativos no mercado financeiro;
- Real estate: investimentos no mercado imobiliário, com foco nos fundos imobiliários;
- Caixa: ativos de renda fixa, mais seguros e com alta liquidez, que servem para reduzir a oscilação da carteira e aproveitar oportunidades;
- Ativos internacionais: ampliam o acesso às aplicações financeiras, oferecem diversificação geográfica e te ajudarão a aproveitar boas oportunidades — como ações em bolsas internacionais, fundos etc.
Seus objetivos são de longo prazo e está interessado em conhecer um plano de Previdência com bom histórico de rentabilidade, sem taxa de carregamento e com uma das menores taxas de administração do mercado? Então, vem saber mais sobre o Plano de Previdência ARCA!