Nunca se esqueça: a renda fixa oferece retornos previsíveis e geralmente com menor risco, enquanto a renda variável apresenta retornos incertos e maior risco. Essa é uma descrição bastante básica e resumida da diferença entre renda fixa e variável, mas serve como ponto de partida para um investidor de primeira viagem.
Dentro da classe da renda fixa, temos um exemplo clássico, frequentemente tido como os preferidos dos iniciantes: o Tesouro Direto. Embora a dinâmica dessa aplicação seja simples, é preciso ter o cuidado de entender como performam cada um de formatos de remuneração: prefixada, pós-fixada e híbrida — afinal, alguns dos títulos do Tesouro podem apresentar oscilações durante o tempo de aplicação, assustando os menos experientes.
Topa aprender mais sobre o assunto e fazer escolhas mais acertadas ao investir? Siga conosco para descobrir:
- O que é o Tesouro Direto?
- O Tesouro Direto é considerado renda fixa ou variável?
- Quais são os tipos de títulos disponíveis no Tesouro Direto?
- Qual a diferença entre renda fixa e Tesouro Direto?
- Por que o Tesouro Direto é classificado como renda fixa?
- Quando o Tesouro Direto pode ser considerado um investimento de renda variável?
- Quais são as vantagens de investir no Tesouro Direto?
- Quais são os riscos associados ao Tesouro Direto?
- Como começar a investir no Tesouro Direto?
No final, ainda reservamos uma dica de aplicação em renda fixa para você conhecer melhor. Vamos lá?
O que é o Tesouro Direto?
O Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional e da B3 desenvolvido para viabilizar e facilitar à população a aquisição de títulos emitidos pelo Governo Federal. Assim, quem investe no Tesouro está “emprestando” dinheiro ao governo, para futuramente receber a quantia de volta acrescida de juros. É, então, uma forma de fazer o patrimônio render.
Para os que se preocupam com os riscos, temos uma boa notícia: o Tesouro Direto é considerado um dos investimentos mais seguros do mercado. Afinal, é garantido pelo próprio Governo Federal, ou seja, as chances de você não receber o seu dinheiro de volta é quase nula.
Quanto aos rendimentos que você pode ter, isso vai depender do título escolhido, do formato de remuneração aplicado, do prazo de vencimento e da quantia que pretende aportar. Essa variedade, inclusive, é uma das grandes vantagens do Tesouro, já que o investidor pode escolher, dentre uma gama de alternativas, aquela que mais se alinha aos seus objetivos e expectativas financeiras.
O Tesouro Direto é considerado renda fixa ou variável?
O Tesouro Direto é um investimento de renda fixa. Isso porque os títulos deste programa oferecem uma rentabilidade previsível, com uma taxa de juros específica ou baseada em um benchmark específico, como o Tesouro Selic e o IPCA.
Mesmo com oscilações de preços no curto prazo, especialmente para títulos de longo prazo, a natureza do investimento está atrelada a uma base fixa de rendimento — o que diferencia o Tesouro de investimentos de renda variável, como as ações.
Atenção: se você fizer um resgate antecipado, o valor dos títulos será calculado com base no preço de mercado no momento da venda. Isso significa que pode haver prejuízo e incidência de tributações extras, especialmente em títulos de longo prazo. Se mantiver o título até o vencimento, receberá o rendimento da maneira como foi combinado.
Quais são os tipos de títulos disponíveis no Tesouro Direto?
Dentro da plataforma do Tesouro Direto, você encontra três títulos principais:
- Tesouro Prefixado (LTN);
- Tesouro Selic (LFT);
- Tesouro IPCA+ (NTN-B).
Cada um deles terá opções variadas de taxas e prazos de vencimento. Além disso, alguns têm variações: é possível encontrar, por exemplo, títulos prefixados e atrelados ao IPCA+ que pagam juros semestrais.
Os títulos RendA+ e Educa+ são outras alternativas, que seguem a dinâmica dos NTN-B (atrelados ao IPCA), desenvolvidos especificamente para servirem aos objetivos de, respectivamente, acumular patrimônio para a aposentadoria ou para financiar os estudos.
Entenda o funcionamento de cada um deles a seguir.
Tesouro Prefixado (LTN)
No Tesouro Prefixado, você sabe exatamente quanto vai receber se mantiver o título até o vencimento, já que a taxa de juros praticada é fixa.
É uma alternativa vantajosa para investidores iniciantes, que encontram mais segurança nessa exatidão, ou para cenários nos quais as projeções apontam para uma queda na taxa Selic — assim, o rendimento dos prefixados pode superar os títulos atrelados a esse benchmark.
Tesouro Prefixado com pagamento de juros semestrais (NTN-B)
Além de garantir um retorno pré-estabelecido, essa variação do Tesouro Prefixado paga juros a cada seis meses. Esses pagamentos, chamados de cupons, são calculados com base em uma taxa de referência, como 10% ao ano, que serve apenas para definir o valor do cupom, ou seja, não representa a rentabilidade final.
O valor do cupom semestral é calculado aplicando essa taxa ao valor de face do título, que é R$1.000,00 no vencimento. Assim, em um título com taxa de 10% ao ano, o investidor receberia R$48,81 a cada seis meses (4,88% sobre R$1.000,00). A rentabilidade total do investimento, no entanto, vai depender do preço de compra do título, pois o título é adquirido com desconto. Quanto maior o desconto no momento da compra, maior será a rentabilidade até o vencimento.
Importante: a taxa do cupom não altera a rentabilidade do título, apenas define o valor dos pagamentos semestrais. Se o investidor pagar um valor menor pelo título, ele tende a obter uma rentabilidade maior no vencimento, pois o título sempre valerá R$1.000,00 ao final do prazo.
Tesouro Selic (LFT)
O Tesouro Selic é um investimento pós-fixado e tem seu rendimento atrelado à taxa Selic, a taxa básica de juros do Brasil. Nessa dinâmica, o investidor só sabe exatamente quanto terá de retorno no momento do resgate, já que o desempenho do título vai acompanhar a taxa vigente, que pode subir ou descer com o passar do tempo.
Quanto aos prazos, esses títulos costumam contemplar horizontes temporais mais curtos — oferecendo vencimentos para daqui 3 ou 5 anos.
Além da variação da Selic, o rendimento pode ser afetado por ágio ou deságio. Ágio é quando você compra o título pagando um valor acima da Selic — o que reduz um pouco o retorno. Deságio, por outro lado, é quando o título é comprado com desconto — o que pode aumentar o ganho.
Normalmente, essas variações são pequenas e não causam grandes impactos ao investidor. Durante crises — a pandemia, por exemplo, o Tesouro Selic pode oscilar mais no ágio e deságio, mas essas flutuações costumam ser passageiras.
Tesouro IPCA+ (NTN-B)
O Tesouro IPCA, por outro lado, é de natureza híbrida: uma parte do rendimento segue uma taxa prefixada, enquanto a outra é pós-fixada, atrelada ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo — medidor oficial da inflação no Brasil.
O IPCA é um benchmark divulgado todos os meses, então, seu valor muda periodicamente e, por isso, o retorno exato do investimento só é conhecido no momento do resgate. A parcela prefixada do rendimento, por sua vez, é uma espécie de taxa extra, cujo valor varia de acordo com as condições no mercado. Mesmo assim, ao investir no Tesouro IPCA, você sabe desde o começo qual será a porcentagem dessa taxa fixa.
Já que é um título que acompanha as variações da inflação, o investidor tem a segurança de obter futuramente, no vencimento, um retorno que oferece uma rentabilidade real.
Tesouro IPCA+ com pagamento de juros semestrais (NTN-F)
O Tesouro IPCA+ com juros semestrais é um título que paga uma parte dos rendimentos ao investidor a cada seis meses, chamado de cupom semestral. Em termos gerais, é uma vantagem para quem deseja preservar o poder de compra do dinheiro investido, corrigido pela inflação.
Quanto aos pagamentos semestrais, eles funcionam assim: a cada seis meses, o investidor recebe um valor proporcional à taxa de juros contratada, calculado sobre o valor corrigido do título. Por exemplo, se a taxa for 6% ao ano (ou 2,98% por semestre) e o valor corrigido pela inflação for R$10.150, o rendimento será o seguinte:
R$10.150 × 0,0298 = R$302,47
Esse é o valor do cupom que o investidor receberá no semestre, já ajustado pela inflação. Inclusive, falando agora sobre a correção diária, temos um conceito chamado de Valor Nominal Atualizado (VNA), que atualiza o valor do título todos os dias com base no IPCA, para preservar o poder de compra do investimento.
Imagine agora um novo exemplo: nesse caso, considere um IPCA mensal de 0,19% e um mês com 21 dias úteis. Logo, a correção diária será:
0,0019 ÷ 21 ≈ 0,0000905
Esse percentual é somado ao valor do título diariamente, para que ele acompanhe a inflação. Em termos mais simples, o Tesouro IPCA+ com juros semestrais é ideal para quem quer proteger seu dinheiro da inflação enquanto recebe rendimentos regulares ao longo do tempo.
Qual a diferença entre renda fixa e Tesouro Direto?
A diferença entre renda fixa e Tesouro Direto é que a renda fixa é uma categoria ampla de investimentos que abrange vários tipos de ativos com retornos previsíveis. O Tesouro Direto, por outro lado, é um programa específico do governo brasileiro que permite o acesso direto a títulos públicos federais, pertencentes à classe da renda fixa.
Além do Tesouro Direto, existem vários investimentos de renda fixa como CDBs, LCIs e LCAs, emitidos por bancos e empresas privadas. Já no Tesouro, o investidor compra títulos públicos que financiam o governo e têm a segurança do Tesouro Nacional, com opções como Tesouro Selic, Tesouro IPCA+ e Tesouro Prefixado, cada um com características de rendimento diferentes, mas sempre dentro do conceito de renda fixa.
Por que o Tesouro Direto é classificado como renda fixa?
Previsibilidade de rendimento, baixa volatilidade e segurança são as três maiores razões pelas quais o Tesouro Direto se enquadra como um investimento de renda fixa.
Entenda melhor a seguir.
Rentabilidade previsível
Ao investir, você sabe de antemão qual será o retorno do título, se o mantiver até o vencimento. Essa rentabilidade pode ser fixa ou atrelada a índices, como o IPCA (inflação) ou a Selic (taxa básica de juros). Mesmo quando os ganhos não são conhecidos com exatidão no momento do aporte, ainda é possível ter um bom grau de previsibilidade — algo que não acontece na renda variável.
Baixa volatilidade
Em comparação com investimentos de renda variável, como ações, o valor dos títulos de renda fixa tende a oscilar menos, principalmente se o investidor mantiver o título até o vencimento. Mesmo que existam variações de preço ao longo do tempo — comum naqueles atrelados ao IPCA e nos prefixados, ainda assim você terá o retorno ajustado da forma como foi combinado inicialmente.
Segurança
O Tesouro Direto é garantido pelo Governo Federal — considerado a entidade mais confiável em termos de crédito no país. A segurança dos títulos do Tesouro Direto é, inclusive, uma grande vantagem para o investidor, especialmente para iniciantes ou para aqueles que desejam aumentar a exposição do portfólio a títulos com menor risco.
Quando o Tesouro Direto pode oscilar como renda variável?
Embora o Tesouro Direto seja um investimento de renda fixa, o preço dos títulos sofre os efeitos da marcação a mercado. Isso significa que, diariamente, os títulos são reavaliados de acordo com a taxa de juros atual e a demanda do mercado.
Assim, caso o investidor precise vender o título antes do vencimento, ele poderá enfrentar variações de preço, para cima ou para baixo, o que faz com que o Tesouro Direto se comporte de maneira semelhante a investimentos de renda variável em alguns momentos. No entanto, se a ideia for manter o título até o prazo combinado, essas oscilações não são relevantes, nem vão afetar o rendimento prometido inicialmente.
É por isso que, quando você tem títulos do Tesouro no portfólio, é possível que eles sejam apresentados com uma rentabilidade negativa. Nesses momentos, muitos investidores de primeira viagem se assustam e tomam a decisão de repassá-los o mais rápido possível, acreditando que estão tendo algum tipo de prejuízo. No entanto, esses valores negativos representam simplesmente o preço que os títulos valeriam caso fossem vendidos naquele momento.
Por exemplo, imagine um investidor que comprou um título prefixado com rentabilidade anual de 10%. No entanto, após a compra, a taxa de juros subiu para 12%.
Esse título, que ainda oferece 10%, acaba se tornando menos atraente para novos investidores, que preferem adquirir os novos títulos a 12%. Isso faz com que o valor de mercado do título antigo caia.
Nesse caso, se o investidor decidir vendê-lo antes do vencimento, ele pode ter prejuízo devido ao preço reduzido — e de fato vai ter um rendimento negativo.
Vale, então, o lembrete de que esses movimentos são temporários. Ao manter o título até o vencimento, ele receberá a rentabilidade prometida inicialmente, sem se preocupar com essas oscilações de curto prazo.
Quais são as vantagens de investir no Tesouro Direto?
Acessibilidade, diversificação e transparência são as principais vantagens para o investidor que deseja adicionar um título de renda fixa no portfólio por meio do Tesouro Direto.
Vamos olhar melhor para cada uma delas a seguir.
Acessibilidade
Os títulos do Tesouro Direto estão disponíveis em valores bastante acessíveis. Para você ter ideia, é possível investir no Tesouro Selic com valores por volta dos R$100 e no Tesouro Prefixado com cerca de R$30.
Preste atenção: embora os aportes mínimos do Tesouro sejam baixos e por mais que começar com passos pequenos seja melhor do que deixar o dinheiro parado, saiba que os retornos futuros dependem do quanto você vai conseguir investir com o passar do tempo. Ou seja, aportes maiores têm mais chances de oferecer rendimentos mais robustos.
Diversificação
Dentro do próprio Tesouro Direto há uma boa gama de títulos disponíveis, com dinâmicas, formatos de remuneração e prazos distintos para que você construa um portfólio adequado ao seu perfil de investidor e objetivos. Há, inclusive, alternativas desenvolvidas para metas específicas, como juntar patrimônio para a aposentadoria ou financiar os estudos.
Transparência
A plataforma do Tesouro Direto conta com todas as informações que você necessita para investir com consciência. Além de disponibilizar simuladores de aplicação e explicar a forma como cada título funciona, o Tesouro ainda envia relatórios periódicos para que você acompanhe o desempenho dos seus investimentos.
Você também pode consultar o portal Tesouro Transparente para entender estatísticas fiscais, orçamentos e destinação dos recursos captados por meio dos títulos do Tesouro.
Quais são os riscos associados ao Tesouro Direto?
O risco de mercado é a principal ameaça atrelada ao Tesouro Direto. Aqui, temos o efeito da marcação a mercado, que é a atualização diária dos preços dos títulos do Tesouro.
O que acontece é o seguinte: se você precisar vender o título antes do prazo final, o valor da venda será o preço atual, que pode ser maior ou menor do que o valor que você pagou. Com isso, você pode ter um prejuízo ou um ganho adicional ao fazer a venda antecipada.
Há, porém, como evitar esse risco. Afinal, se você pretende ficar com o título até o vencimento, não precisa se preocupar com a marcação a mercado. Nesse caso, você vai receber o rendimento prometido no início do investimento, sem que essas oscilações diárias afetem o seu retorno.
Por exemplo, podemos citar a diferença entre o Tesouro Selic e o Tesouro IPCA+. Enquanto o primeiro é conhecido por sua liquidez e baixo risco, o segundo tende a apresentar variações mais significativas durante o período de aplicação, já que seu rendimento está atrelado ao IPCA. Por isso, para evitar ter problemas com o risco de mercado, é normalmente recomendado para os investidores com objetivos de longo prazo, que não vão precisar do dinheiro em um curto espaço de tempo.
O que acontece se o Tesouro Direto quebrar?
Em um cenário hipotético extremo de quebra do Tesouro Direto, a inflação subiria muito e o Banco Central provavelmente aumentaria significativamente a taxa Selic. Nesse caso, os títulos atrelados à Selic e ao IPCA teriam certa proteção, já que acompanham a inflação. Já com o Tesouro Prefixado, por outro lado, você ainda receberia o valor contratado, mas o dinheiro poderia ter perdido poder de compra, já que a taxa de juros desse título é fixa.
No entanto, não se esqueça: esse cenário é apenas uma simulação. Afinal, é muito improvável que algo assim aconteça, já que o Brasil está bem mais preparado para enfrentar crises hoje do que estava há algumas décadas.
Há ainda outra possibilidade: caso a corretora ou banco onde você investe quebre, seu investimento continua seguro, pois é garantido pela União. Nesse caso, a CVM e o Tesouro Direto transfeririam automaticamente os investimentos para outra instituição financeira.
Importante: vale reforçar que os títulos prefixados têm suas vantagens. Se a expectativa de inflação para o período for menor do que a taxa paga pelo Tesouro Prefixado, ele ainda pode oferecer um bom retorno, mesmo sem a correção pela Selic ou pelo IPCA.
Como começar a investir no Tesouro Direto?
Para começar a investir no Tesouro Direto, basta seguir esse passo a passo:
- Abrir conta na plataforma do Tesouro Direto ou em uma corretora autorizada pela B3;
- A partir de uma conta corrente, transfira fundos para a conta de investimento recém aberta;
- Explore os títulos disponíveis e, antes de escolher algum, verifique o formato de remuneração, o prazo e as taxas de retornos;
- Escolha a quantia que deseja aportar no título e finalize a aplicação.
Depois disso, você pode utilizar a mesma plataforma na qual investiu para acompanhar o desempenho da aplicação. No entanto, se a ideia for manter o título até o vencimento, lembre-se de que variações de curto prazo não necessariamente são significantes para o seu caso. Ou seja, pense muito bem antes de investir, para que não acabe precisando resgatar o valor de maneira antecipada, em um mau momento do mercado.
Topa conhecer outro investimento em renda fixa?
Entendeu como o Tesouro Direto funciona e está disposto a conhecer a renda fixa um pouco melhor? Se sim, queremos te apresentar o fundo ARCA Previdência Renda Fixa, que investe 100% do patrimônio em ativos dessa classe.
Aqui, temos um plano de previdência privada ideal desenvolvido especialmente para contemplar objetivos de longo prazo. Quanto ao portfólio, ele é composto por Fundos de Fundos, a partir de uma seleção minuciosa das melhores gestoras de renda fixa do mercado. E tem mais: é possível começar a aplicar a partir de R$100, o que torna o investimento acessível para qualquer investidor. Além disso, não praticamos taxa de carregamento, entrada, saída e performance. Gostou? Então, vem saber mais sobre o Plano de Previdência ARCA Renda Fixa da Grão!