Fundos multimercado vale a pena? Saiba como funciona

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Quando se fala em investimentos, um conceito é basicamente universal em qualquer discussão: a diversificação. Essa é uma das estratégias mais básicas na hora de montar um portfólio — e o motivo é simples: distribuir o patrimônio de forma equilibrada entre diferentes classes de ativos aumenta a segurança da carteira e potencializa as chances de obter bons retornos.

Na prática, porém, diversificar exige conhecimento, atenção e cautela. Por isso, os fundos multimercado surgem como uma alternativa para tornar essa tarefa mais prática — ainda não os conhece? Então, siga na leitura para entender:

  • O que são fundos multimercado;
  • Como funcionam os fundos multimercado;
  • Quanto rende um fundo multimercado;
  • Quais as principais vantagens dos fundos multimercado;
  • Quais as desvantagens dos fundos multimercado;
  • Quando vale a pena investir em fundos multimercado;
  • Como investir nos fundos multimercado;
  • Qual a diferença entre um fundo multimercado tradicional e o fundo de previdência multimercado da Grão.

No final, te convidamos a conhecer melhor o plano de previdência privada da Grão, desenvolvido para preservar seu patrimônio a longo prazo, ao mesmo tempo em que aproveita oportunidades de potencializar seus rendimentos.

Bora?

O que são fundos multimercado?

Fundos multimercado são fundos de investimento que podem aplicar em diversas classes de ativos ao mesmo tempo, como renda fixa, ações, câmbio e derivativos. Diferente de fundos mais conservadores, eles têm mais liberdade para combinar estratégias, buscar oportunidades em diferentes mercados e adaptar a carteira conforme o cenário econômico. 

Esses fundos, assim como os de outras categorias, são geridos por profissionais que tomam decisões com base em análises econômicas, com o objetivo de equilibrar a dinâmica entre risco e retorno. 

Como cada fundo multimercado pode ter uma estratégia diferente — mais conservadora, moderada ou arrojada — é importante entender o perfil de risco antes de investir

Como funcionam os fundos multimercado?

Os fundos multimercado funcionam com base na estratégia definida em seu regulamento, mas oferecem ao gestor flexibilidade para alterar a alocação dos recursos conforme o cenário econômico. Isso permite que o fundo invista em diferentes ativos, como ações ou renda fixa, de acordo com o mandato do fundo e/ou do gestor.

Para você entender a dinâmica desses investimentos, vamos detalhar um pouco mais cada aspecto relevante sobre seu funcionamento.

Definição da estratégia

Cada fundo multimercado tem sua própria estratégia de investimento, registrada no regulamento da aplicação. Essa informação significa que há uma proporção mínima e máxima sobre as classes de ativo do portfólio e os riscos associados.

Inclusive, as estratégias podem variar bastante: algumas são mais conservadoras, outras são mais agressivas. Na hora de escolher, é ideal conhecer bem o seu perfil de risco.

Custos e tributação

Fundos multimercado têm seus rendimentos tributados somente no momento do resgate. Quanto à alíquota, esta depende do prazo da aplicação, seguindo esta lógica:

Tipo de FundoPrazo do ResgateAlíquota de IR
Curto prazoAté 180 dias22,5%
De 181 a 360 dias20%
Longo prazoAté 180 dias22,5%
De 181 a 360 dias20%
De 361 a 720 dias17,5%
Acima de 720 dias15%

Se um resgate for feito antes de a aplicação completar 30 dias, há a incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) — que começa em 96% no primeiro dia, e termina zerado depois do 30º dia de aplicação.

Além disso, fundos de investimento de qualquer categoria apresentam taxa de administração e, às vezes, taxa de performance também. A primeira é aquela cobrança para custear todo o trabalho da gestão enquanto a segunda, quando cobrada, é aplicada apenas quando o desempenho do fundo ultrapassa um um benchmark previamente estabelecido como referência.

Análise do mercado

A gestora do fundo é a responsável por analisar continuamente o cenário econômico, tanto o nacional quanto o internacional. Isso significa avaliar indicadores econômicos, políticas monetárias, taxas de juros, inflação, entre outros fatores que podem impactar os investimentos.

Tomada de decisão

Com base nessa análise, projeções são feitas para identificar as melhores oportunidades de aplicação, sempre de acordo com a estratégia proposta pelo Fundo.

Por exemplo, se a expectativa é de queda na taxa de juros, o gestor pode reduzir a alocação em títulos de renda fixa e aumentar em ações ou outros ativos que tendem a se beneficiar desse cenário — desde que essas movimentações não ultrapassem os limites de alocação que constam no regulamento.

Operações de hedge

Muitos fundos multimercado utilizam instrumentos de derivativos para proteger (hedge) parte de seus investimentos contra movimentos adversos do mercado. Por exemplo, se o gestor acredita que o dólar vai subir, ele pode comprar contratos futuros de dólar para proteger o fundo contra essa variação.

Monitoramento e rebalanceamento

Também é responsabilidade da gestão monitorar constantemente o desempenho dos ativos no portfólio do fundo e o cenário econômico. Além disso, quando necessário, a equipe deve fazer rebalanceamentos, para que a carteira esteja sempre ajustada à estratégia definida no regulamento e às condições do mercado.

Relatórios e comunicação

Todas as informações que você precisa ler antes de começar a investir estarão no regulamento do fundo, tais como:

  • Objetivo e estratégia;
  • Política de investimento;
  • Público-alvo;
  • Taxas cobradas;
  • Condições de aplicação e resgate;
  • Risco associado.

Outros documentos relevantes são os relatórios elaborados pela gestora, que também apresentam dados sobre a aplicação. Veja só alguns:

  • Composição da carteira;
  • Rentabilidade histórica;
  • Comparação com benchmarks;
  • Comentários da gestora sobre cenário atual, decisões de investimento e expectativas futuras;
  • Detalhes sobre risco e volatilidade.

Resgates e aplicações

A dinâmica de resgate nos fundos de investimento funciona com base em prazos definidos no regulamento, como o prazo de cotização (D+0, D+1, D+15 etc.), que indica em quantos dias úteis após o pedido a cota será calculada, e o prazo de liquidação, que é quando o dinheiro efetivamente cai na conta do investidor. 

Em alguns fundos, também existe o chamado prazo de carência, que determina um período mínimo em que o dinheiro deve permanecer no fundo antes de poder ser resgatado. Assim, pode não ser possível resgatar o dinheiro antes do prazo ou então, pode haver alguma cobrança a título de penalidade.

Quanto rende um fundo multimercado?

O rendimento de um fundo multimercado varia bastante, já que depende da estratégia adotada, da habilidade do gestor e das condições do mercado. Alguns buscam superar o CDI com baixo risco, por exemplo, enquanto outros assumem mais volatilidade para tentar retornos maiores, comparáveis aos da renda variável. Por isso, não há uma rentabilidade fixa ou previsível como em produtos de renda fixa.

Para avaliar o desempenho de um determinado fundo, te aconselhamos a observar sua rentabilidade histórica, comparar com benchmarks (como o CDI ou Ibovespa) e entender o nível de risco envolvido. 

Importante: nunca se esqueça de que rentabilidade passada não garante resultado futuro, então o foco deve estar na consistência da gestão e no alinhamento com seu perfil e objetivos.

Quais as principais vantagens dos fundos multimercado?

Quando você investe em um fundo multimercado, algumas vantagens que aproveita são:

  • Diversificação em um só produto;
  • Flexibilidade de estratégia;
  • Gestão profissional;
  • Acessibilidade para investidores pessoa física.

Entenda melhor cada um desses aspectos.

Diversificação em um só produto

Em geral, os fundos de investimento são boas alternativas para quem busca diversificação. Já os fundos multimercado têm o diferencial de oferecer maior liberdade na definição da estratégia, pois podem combinar diferentes classes de ativos em vez de concentrar-se em apenas uma categoria.

Flexibilidade na estratégia

Desde que respeite as proporções máximas para cada classe de ativos, um fundo multimercado tem a possibilidade de adaptar a alocação de recursos conforme o cenário econômico. Isso significa aproveitar oportunidades em mercados distintos sempre que necessário.

Gestão profissional

Uma grande vantagem dos fundos de investimento em geral é que as decisões de investimento são tomadas por especialistas com experiência no mercado, o que aumenta as chances de a carteira em questão ser mais equilibrada e eficiente. Dessa maneira, o que cabe aos investidores é analisar a experiência e os resultados de uma gestora antes de decidir comprar cotas de um fundo multimercado.

Acessível ao investidor pessoa física

Embora o valor mínimo de aporte varie de fundo para fundo, é possível encontrar alternativas acessíveis para começar a investir. Assim, até mesmo investidores pessoa física podem aproveitar o desempenho de ativos normalmente disponíveis apenas para investidores qualificados ou profissionais.

Quais as desvantagens dos fundos multimercado?

Para decidir se investir em um fundo multimercado faz sentido para você, é importante considerar também algumas possíveis desvantagens desse tipo de produto, como:

  • Variabilidade da rentabilidade;
  • Complexidade da estratégia;
  • Prazo de resgate;
  • Custos mais elevados;
  • Horizonte de investimento mais longo.

Confira a seguir o que analisar em cada um desses pontos e como lidar com eles.

Rentabilidade variável e imprevisível

Como os fundos multimercado investem em diferentes tipos de ativos e seguem estratégias mais dinâmicas, seus resultados podem variar bastante de um período para outro. Ou seja, não há garantias de rendimento.

Em alguns momentos, o fundo pode apresentar desempenho negativo, especialmente em cenários de alta volatilidade. Isso exige paciência e tolerância ao risco por parte do investidor. O ideal é garantir que o fundo esteja alinhado ao seu perfil de risco e acompanhar os relatórios elaborados pela gestora.

Complexidade na estratégia

Muitos fundos dessa categoria utilizam derivativos, operações estruturadas e combinações de ativos que nem sempre são fáceis de entender para o investidor comum. Essa complexidade pode dificultar a análise e o acompanhamento da estratégia, o que pode gerar desconforto ou decisões mal informadas. 

Na dúvida, leia com atenção o regulamento e os relatórios de um fundo antes de comprar cotas, para ter certeza de que a aplicação está alinhada às suas expectativas financeiras.

Prazo de resgate

Diferentemente dos investimentos com liquidez diária, muitos fundos multimercado possuem prazos de cotização e liquidação mais longos (como D+15 ou D+30), o que significa que o dinheiro pode levar vários dias úteis para ser liberado após o pedido de resgate.

Se você precisa de liquidez no curto prazo, é importante verificar com atenção as condições de resgate do fundo e, se necessário, considerar outros produtos financeiros mais adequados às suas necessidades.

Taxas mais altas

Esses fundos costumam cobrar taxa de administração e, em muitos casos, taxa de performance sobre o que exceder um determinado índice. Isso pode reduzir a rentabilidade líquida, especialmente em fundos que não performam bem de forma consistente. 

Nesse caso, o ideal é que você compare custos e estratégias antes de tomar a sua decisão, entendendo quais são as médias praticadas no mercado.

Horizonte temporal mais longo

Alguns fundos multimercado terão uma natureza mais volátil e alguma possibilidade de perdas no curto prazo, por isso, podem não ser a melhor escolha para quem tem objetivos financeiros de curto prazo ou não quer correr riscos. 

Se você for menos tolerante a oscilações, talvez seja melhor optar pela renda fixa.

Quando vale a pena investir em fundos multimercado?

Investir em fundos multimercado vale a pena quando você busca diversificação, potencial de retorno superior ao da renda fixa e está disposto a aceitar algum nível de risco e oscilação no curto prazo. 

Esses produtos financeiros também são bastante válidos para quem:

  • Tem objetivos de médio a longo prazo;
  • Busca por uma gestão profissional e capaz de se adaptar a diferentes cenários econômicos;
  • Deseja contar com um portfólio que não esteja restrito a apenas uma classe de investimentos.

Como investir nos fundos multimercado?

Para investir em fundos multimercados, o passo a passo é o seguinte:

  1. Abra conta em uma corretora de valores ou em um banco que ofereça uma plataforma de investimentos;
  2. Transfira dinheiro para a conta recém-aberta, ou use o seu saldo da conta-corrente, caso use a plataforma do seu banco;
  3. Explore os fundos multimercado disponíveis, que estarão listados na categoria “fundos de investimento”, em “renda variável”;
  4. Informe a quantidade de cotas que deseja adquirir, lembrando que o valor mínimo varia de acordo com cada fundo;
  5. Finalize a ordem de compra e pronto, assim que a operação for finalizada, o fundo já vai constar no seu portfólio.

Lembre-se: antes de investir, nossa recomendação é que tenha clareza sobre quais são seus objetivos financeiros e qual é o seu perfil de investidor. Além disso, antes de usar uma plataforma para investir, recomendamos que cheque se ela faz parte das corretoras autorizadas pela B3.

Qual a diferença entre um fundo multimercado tradicional e o fundo de previdência multimercado da Grão?

A principal diferença entre um fundo multimercado tradicional e o fundo de previdência multimercado da Grão está no objetivo do investimento, na estrutura tributária e na flexibilidade de uso de cada um.

Os fundos multimercado tradicionais são um produto de investimento aberto, voltado para objetivos mais amplos, com possibilidade de resgate a qualquer momento (respeitando os prazos do fundo) e incidência do Imposto de Renda pela tabela regressiva ou come-cotas, dependendo do tipo. Além disso, cada Fundo terá sua própria estratégia na hora de alocar o patrimônio dos cotistas.

o fundo de previdência multimercado da Grão é estruturado como um plano de previdência privada, voltado para o acúmulo de longo prazo com benefícios fiscais e isenção de come-cotas. É baseado em uma metodologia exclusiva, desenvolvida por Thiago Nigro, o Primo Rico, cujo objetivo é, ao mesmo tempo, aproveitar boas oportunidades do mercado, sem deixar de lado a proteção do seu patrimônio.

Em resumo, ambos investem em múltiplos mercados, mas a previdência multimercado da Grão é mais vantajosa para quem pensa no longo prazo e quer benefícios fiscais, enquanto um fundo multimercado tradicional pode oferecer mais liquidez e flexibilidade no uso do dinheiro ao longo do tempo.

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Nele, a diversificação é usada de forma estratégica para buscar uma boa rentabilidade no longo prazo, sem abrir mão da proteção contra períodos de incerteza e queda em setores do mercado — tudo isso com uma das menores taxas do mercado, de apenas 0,59% ao ano e sem taxa de carregamento.

Aliás, essa é a única cobrança: a taxa de administração.Gostou? Então te convidamos a conhecer melhor o Plano de Previdência ARCA!

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