Escolher a previdência privada para curto e médio prazo deixa dúvidas em muitos investidores. Afinal, o investimento é essencialmente pensado para períodos mais longos.
Em situações específicas, é possível investir em previdência para resultados mais rápidos. Apesar dos riscos de ter a rentabilidade diminuída, pode ser que um produto tenha um bom encaixe como objetivo que você está buscando.
Neste conteúdo, apontamos quais são as diferenças desses produtos no curto, médio e longo prazos. Fique bem informado para tomar as suas decisões!
É possível contratar um plano de previdência para curto e médio prazo?
Geralmente, os prazos para os objetivos de investimentos são divididos em três faixas:
- curto prazo — até 2 anos;
- médio prazo — acima de 2 até 10 anos;
- longo prazo — acima de 10 anos.
Como o principal objetivo é a aposentadoria, a tendência é o foco nos fundos de previdência costuma ser o longo prazo. Além disso, o benefício tributário funciona com mais eficiência quando os recursos ficam acumulados por mais tempo.
Período de carência
Para escolher a previdência no curto e médio prazo, o primeiro passo é verificar a carência. Esse período é o tempo mínimo que os recursos devem estar investidos para usar serviços, por exemplo, fazer o resgate.
Taxa de resgate
As regras de resgate variam entre os planos de previdências, assim como as taxas. Há produtos, por exemplo, em que a taxa de carregamento é maior quando o resgate acontece no curto e médio prazos. Outros, como o Fundo ARCA, não cobram carregamento e saída.
Tributação
As estratégias com o benefício tributário vão ter de ser reajustadas para você investir no curto e médio prazos:
- até 2 anos — alíquota de 35%;
- de 2 anos até 4 anos — alíquota de 30%;
- de 4 anos até 6 anos — alíquota de 25%;
- de 6 anos até 8 anos — alíquota de 20%;
- de 8 anos até 10 anos — alíquota de 15%;
- acima de 10 anos — alíquota de 10%.
Perceba, a depender do prazo, o percentual de imposto de renda pode ficar maior do que na tabela progressiva, que vai da isenção até 27,5%.
Também existe uma diferença que é o efeito come-cotas. A proteção contra a tributação periódica (geralmente a cada 6 meses) é uma das vantagens da previdência privada — em que o imposto é pago no resgate. E, quanto menor o prazo, menos vezes você vai usar esse benefício.
Já estratégias para usar as deduções (caso do PGBL) continuam interessantes. Embora não se tenha a vantagem de fazer isso várias vezes ao longo dos anos, ter um desconto no IR pode valer a pena.
Rentabilidade
A tendência é que, ao escolher o portfólio, os fundos de previdência privada pensem em resultados de longo prazo. É natural, por exemplo, fazer escolhas que vão dar resultados lá na frente ou passar por oscilações ao longo do caminho. Por isso, o modelo costuma entregar mais para quem vai investir para prazos mais distantes.
Juros compostos
Por fim, o investidor deve sempre ficar atento aos efeitos dos juros compostos. Quanto mais tempo de investimento, mais vezes os juros serão recebidos e reinvestidos.
Quais são os cuidados ao investir em previdência privada no curto e médio prazo?
Se for respeitado o período de carência, por regra a previdência privada pode ser usada no curto e médio prazo, mas os benefícios não vão atingir todo o potencial. Então, você deve avaliar quais objetivos específicos são compatíveis com essa estratégia.
Resumindo, os possíveis benefícios de investir no longo prazo são os seguintes:
- usar várias vezes a proteção contra o efeito come-cotas;
- fazer diversas deduções do imposto de renda ao longo dos anos ao investir no PGBL;
- usar a tabela regressiva para pagar menos impostos no longo prazo com o VGBL e o PGBL;
- aproveitar a rentabilidade de fundos que adotam estratégias de longo prazo.
Um caso de investimento no curto e médio prazo é aproveitar a dedução do imposto de renda. Pode acontecer de a combinação boa gestão, taxas baixas e descontos no IR façam valer a pena mesmo para períodos abaixo de 10 anos.
Entretanto, vale lembrar que o PGBL é tributado pelo valor total no resgate. Sendo assim, resgatar tudo de uma vez pode ocasionar uma grande taxação de imposto de renda, o que prejudicaria todo o capital acumulado nas deduções de IR com o investimento ao longo dos anos.
Existem alguns poucos casos para considerar a previdência privada para curto e médio prazo. Contudo, o potencial máximo da modalidade é alcançado para investimentos com foco no longo prazo. Portanto, ao optar por previdência privada, o foco deve ser o longo prazo. Afinal, existem outras opções mais vantajosas para quem projeta um horizonte de tempo menor.
Lembre-se sempre de que os produtos diferem em relação às taxas, carência e rentabilidade ao fazer os seus investimentos.
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