Os investidores precisam considerar as variáveis ao realizar suas escolhas de investimentos. Afinal, é preciso ter um planejamento e optar por alternativas adequadas para concretizar os objetivos financeiros. Nesse contexto, o cenário político global pode influenciar a rentabilidade de ativos.
Portanto, é fundamental entender o mercado e sua diversificação, além de como ele afeta os investimentos, e buscar formas de se proteger de oscilações ocasionadas pela política. A partir disso, será possível ter mais embasamento para escolher os investimentos e favorecer a carteira em caso de variações negativas.
Quer saber mais sobre o assunto? Com esse conteúdo, você aprenderá como o cenário político global afeta os investimentos e qual a melhor maneira de agir nessas situações para não perder dinheiro. Confira!
Como a situação política brasileira e mundial afeta os investimentos?
Primeiro, você deve aprender como a política global tem relação com os investimentos de sua carteira. Apesar de parecer uma realidade distante, a movimentação no cenário altera questões macroeconômicas e, consequentemente, as rentabilidades obtidas por meio do mercado financeiro.
A seguir, você saberá quais são os principais impactos da política global e como eles se relacionam com seus aportes.
Inflação
O primeiro aspecto relacionado à política global que você deve conhecer é a inflação. Ela se manifesta pelo aumento gradual e contínuo dos preços de bens e serviços em um país. Por isso, quando os preços aumentam rapidamente, isso significa que a inflação está alta, fazendo o dinheiro recebido “perder valor” com o tempo.
A inflação é causada pela oferta e demanda de produtos e serviços em um país. Se existem muitas pessoas querendo comprar determinado item, e pouca oferta, os preços aumentam. Por outro lado, quando há baixo interesse e muita oferta, os preços caem. Esses movimentos podem ser causados pela política, devido à influência na produção de produtos, na oferta de matéria-prima, na disponibilização de incentivos e outros aspectos.
A inflação tem impacto importante sobre os investimentos, porque ela afeta o cálculo da rentabilidade real obtida. Imagine que você obteve uma rentabilidade de 10% em determinado investimento, mas a inflação no mesmo período foi de 15%. Nesse caso, seu capital investido perdeu poder de compra.
Além disso, existem investimentos da renda fixa atrelados à inflação, uma vez que a rentabilidade está diretamente ligada a esse indexador. O melhor momento de investir em ativos indexados à inflação é quando se projeta que ela vai subir, o que pode fazer com que os investidores saiam da renda variável e, consequentemente, causem movimento de baixa de preços dos ativos.
Entretanto, é preciso estar em constante acompanhamento sobre o desempenho do ativo devido à oscilação econômica. Comprar títulos indexados à inflação no momento exato da alta não é uma prática recomendada, visto que o COPOM (Comitê de Política Monetária) buscará elevar a taxa de juros SELIC para controlar a inflação.
Juros básicos
Outro reflexo das oscilações políticas globais são os juros básicos, indexadores utilizados por diferentes países visando controlar a inflação. Os juros básicos de uma nação costumam ser definidos pelo respectivo banco central e atuam como balizador para a concessão de crédito no país.
No Brasil, os juros básicos são representados pela Taxa Selic, determinada pelo Copom (Comitê de Política Monetária), um órgão do Banco Central do Brasil (Bacen). Quando a inflação está alta, o Copom costuma aumentar os juros, tornando a concessão de crédito mais difícil. Essa movimentação diminui a circulação de dinheiro e a demanda por produtos e serviços no país, reduzindo a inflação. A diminuição da Taxa Selic, por sua vez, tem o efeito contrário.
Os reflexos nos investimentos são bastante parecidos com a inflação. Existem títulos de renda fixa atrelados a essa taxa de juros, direta ou indiretamente. Logo, eles podem ficar mais atrativos na alta da Selic, causando uma fuga da renda variável.
Além disso, a alta dos juros faz com que as empresas percam valor de mercado. Isso porque, ao calcular o valor justo da empresa, é considerado também que ela deverá pagar juros mais altos por seus empréstimos a credores. Com isso, o custo para manter a empresa funcionando sobe, o que diminui as projeções de seu valor de mercado e fazem com que o preço de suas ações caiam.
Isso também causa uma fuga da renda variável para a renda fixa, já que é possível ter maior rentabilidade com ativos menos arriscados.
Oscilações do câmbio
As oscilações do câmbio também devem ser consideradas, tendo em vista que muitos investimentos estão ligados ao dólar, moeda mais forte mundialmente. Um ponto de atenção é entender que o câmbio brasileiro é flutuante: não há intervenções governamentais diretas no valor de moedas estrangeiras, então, sua cotação varia conforme a oferta e demanda.
Os efeitos na inflação e nos juros afetam diversos países, inclusive os Estados Unidos. Ele é considerado um país com alta segurança em relação aos seus títulos de renda fixa. Portanto, um aumento desses indicadores faz seus investimentos se tornarem ainda mais atrativos.
Com isso, muitos investidores estrangeiros, que apostam na renda variável brasileira, retiram seu capital do país e investem nos EUA. Isso faz a oferta de dólar cair e, consequentemente, aumentar sua cotação frente ao real.
Como se proteger das oscilações políticas?
Existem maneiras de se proteger dos reflexos das oscilações políticas. Confira, a seguir, algumas atitudes que podem ajudar nesse momento!
Acompanhar o mercado
O primeiro passo para se proteger das oscilações é acompanhar o mercado. Isso acontece porque você deve estar ciente da situação política global, como esses movimentos se manifestam e suas consequências. Assim, tomará decisões embasadas e poderá adotar outras formas de crescer seu portfólio.
Focar a longo prazo
Outra forma de proteção diante de cenários políticos é focar a longo prazo. É necessário saber que essas variações de preços e movimentos costumam se manifestar a curto prazo, portanto elas são diluídas no tempo quando você foca em um período maior.
Se você tem um planejamento para aposentadoria, por meio de uma Previdência Privada, por exemplo, esses movimentos não serão tão relevantes. Afinal, esse objetivo costuma ter um prazo de mais de 10 anos. Logo, as oscilações periódicas e pontuais não terão tanta relevância nas suas alocações.
Ter uma parcela de alternativas seguras na carteira
Muitos investidores garantem um perfil mais arrojado: com alto apetite ao risco, buscando potencializar a rentabilidade obtida com os investimentos. Entretanto, mesmo esses investidores podem se beneficiar de alternativas mais seguras na carteira, como títulos de renda fixa ou fundos que focam em diversificação.
Priorizar a diversificação do portfólio
Por fim, uma das dicas mais importantes para proteger a carteira dos cenários políticos é a diversificação de investimentos, sendo uma recomendação bastante comum no mercado financeiro e com bons motivos.
A diversificação traz uma exposição a riscos variados na carteira. Apesar de não parecer seguro, é justamente esse o objetivo. Se você se expõe a apenas um risco, as variações de preços e o seu ganho de capital ficam reféns de uma única condição específica.
Imagine que você invista todo o seu capital em ações da Empresa X. Diante de um problema político que afeta essa organização, as ações se desvalorizaram e seu capital ficou comprometido. Por outro lado, ao diversificar os riscos, essa mesma situação afetaria apenas uma pequena parte da carteira, enquanto outros ativos poderiam se valorizar, trazendo mais segurança.
Portanto, o fundo ARCA foca na diversificação da carteira de investimentos. A ideia é que com essa exposição a diferentes riscos e foco no longo prazo, os movimentos políticos não afetem negativamente a rentabilidade do portfólio. Assim, você terá mais segurança ao investir e manter seu dinheiro alocado.
Agora você já sabe como o cenário político global influencia os movimentos do mercado financeiro e quais são as formas de ter mais proteção. Lembre-se de que a diversificação é fundamental, principalmente para quem não quer arriscar ter uma perda de capital ou dilapidar o patrimônio obtido.
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