Fazer algo pela primeira vez é sempre a mesma história: as dúvidas e as incertezas quase nos fazem desistir. Se tiver dinheiro envolvido, pior ainda. Se identifica?
Estamos aqui para te tranquilizar: investir é ter a chance de proteger o valor do seu dinheiro e ainda fazer com que ele renda, em vez de simplesmente ficar parado. E se você é iniciante no assunto, não tem problema. Afinal, não faltam alternativas de investimentos seguras, previsíveis e estáveis para explorar.
Quer saber mais? Siga na leitura para aprender:
- Qual o melhor tipo de investimento para iniciantes hoje?
- Quais os tipos de CDB disponíveis para investimento?
- Como começar a investir com pouco dinheiro?
- É possível investir sem complicações?
No final, ainda deixamos de presente um recurso para te ajudar a tomar as decisões de investimento mais adequadas para você, mesmo que ainda seja iniciante!
Qual o melhor tipo de investimento para iniciantes hoje?
Para quem ainda é iniciante no mercado de investimentos, os títulos mais adequados são:
- Tesouro Prefixado;
- Tesouro Selic;
- Tesouro IPCA;
- Tesouro RendA+;
- Certificado de Depósito Bancário (CDB).
Afinal, essas aplicações têm uma dinâmica mais simples de funcionamento e pertencem à classe da renda fixa. Ou seja, tendem a ser mais estáveis e previsíveis.
Entenda melhor cada uma delas a seguir.
Tesouro Prefixado
O Tesouro Prefixado é um dos títulos emitidos pelo Governo Federal. Aqui, é como se você estivesse “emprestando” dinheiro ao governo, que vai utilizar esses recursos para financiar o desenvolvimento de diversos setores da economia do país. Em troca, você recebe o valor de volta com o acréscimo de juros.
No caso dos prefixados, são aqueles com taxa de juros fixa, conhecida no momento do investimento. Assim, o investidor sabe de antemão exatamente quanto vai receber se mantiver o dinheiro aplicado até o vencimento.
Títulos assim costumam ser vantajosos quando as projeções indicam uma queda na Taxa Selic. Assim, existe a possibilidade de a taxa de juros dos prefixados superar a taxa básica de juros da economia brasileira, o que proporcionaria um rendimento mais atrativo ao investidor.
O principal cuidado aqui é caso você queira vender o título antes do vencimento. Isso porque o preço pode ser afetado pelo que chamamos de marcação a mercado, que nada mais é que a precificação de um título por seu valor atual. Nesse caso, é possível que o título desvalorize de tempos em tempos, fazendo com que a venda antecipada gere prejuízos.
Sendo assim, a principal sugestão é que você evite resgatar antes do vencimento, ainda mais se for um investidor iniciante e não entender muito bem essa dinâmica.
Tesouro Selic
O Tesouro Selic também é emitido pelo Governo Federal. Aqui, porém, o rendimento está atrelado à taxa Selic, que é a taxa básica de juros da nossa economia.
A rentabilidade desse título acompanha, portanto, diretamente a taxa Selic. Como se trata de um pós-fixado, seu rendimento exato só é conhecido no momento do resgate e varia conforme a Selic ao longo do tempo.
Por exemplo, com a Selic a 13% ao ano, o Tesouro Selic acompanhará essa porcentagem. Porém, se a Selic cair para 2%, o rendimento também diminuirá proporcionalmente.
Além da taxa Selic, o Tesouro Selic pode ser levemente influenciado por ágio ou deságio:
- Ágio: ocorre quando o título é vendido com um “Selic + 0,10%”, significando uma taxa adicional sobre a Selic. Esse custo extra pode reduzir a rentabilidade efetiva, pois o investidor paga um “prêmio” para adquirir o título;
- Deságio: quando o título é vendido a “Selic – 0,10%”, o investidor o compra com um desconto em relação ao valor nominal. Esse desconto pode elevar a rentabilidade efetiva, pois, ao resgatar o título, o valor recebido será o completo.
Em momentos de crise ou baixa demanda, como na pandemia, houve flutuações expressivas no ágio e deságio, com o Tesouro Selic 2027 variando de “Selic + 0,02%” para “Selic + 0,40%” para atrair investidores.
Nesses períodos, o título pode até ter rentabilidade negativa temporária, embora esses eventos sejam esporádicos e de curto prazo. No geral, ágio e deságio no Tesouro Selic não costumam preocupar os investidores, já que suas variações são esporádicas e de baixa magnitude.
Tesouro IPCA
Também emitido pelo Governo Federal, o Tesouro IPCA é da modalidade híbrida. Ou seja, uma parte de sua rentabilidade está atrelada ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), enquanto a outra é definida a partir de uma taxa de juros prefixada.
No que diz respeito ao IPCA, temos aqui um indicador que mensura a inflação oficial no país e muda a cada nova divulgação mensal. Por isso, o lucro final, se você mantiver o título até o vencimento, só será conhecido no momento do resgate.
Com essa dinâmica, o investidor consegue obter um retorno que supera a inflação, ou seja, tem um ganho real.
Em títulos que pagam juros semestrais, a rentabilidade é distribuída semestralmente. Por exemplo, um título com rendimento de 6% ao ano oferece cerca de 2,95% a cada seis meses, corrigido pela inflação. Essa correção usa o Valor Nominal Atualizado (VNA), que ajusta o valor do título diariamente com base na inflação acumulada, preservando o poder de compra.
Assim, a cada mês, o investimento é atualizado pelo IPCA, e a taxa de ajuste diário é aplicada ao valor investido. Os pagamentos semestrais seguem essa taxa anual de 6%, rendendo cerca de 2,98% a cada semestre, sempre ajustados pelo IPCA acumulado até o momento.
Importante: o Tesouro IPCA tem liquidez diária, permitindo resgates a qualquer momento. No entanto, o valor no resgate depende do preço de mercado, que pode estar abaixo do valor investido e, por isso, resultar em perdas.
Essa variação ocorre devido à marcação a mercado, que ajusta o preço dos títulos diariamente com base em fatores como inflação, Selic, e cenário econômico. Por isso, o Tesouro IPCA é mais indicado para quem pode manter o investimento até o vencimento, para minimizar o impacto das oscilações.
Tesouro RendA+
Outra emissão do Governo Federal, o RendA+ é um pós-fixado, desenvolvido especialmente para investidores com objetivos de longo prazo. Afinal, foi idealizado para quem deseja contar com um ativo que ajude a construir patrimônio para o momento da aposentadoria.
Como sua rentabilidade acompanha o IPCA, o título traz retornos acima da inflação. Na hora do resgate, este pode ser feito em 240 parcelas, ou seja, é possível receber valores mensais durante 20 anos, corrigidos (também mensalmente) pela inflação.
Atenção: o RendA+ tem um período de 60 dias de carência. Antes disso, não é possível sacar o dinheiro aplicado. Depois, os resgates antecipados são permitidos, no entanto, você estará vendendo os seus títulos a preço de mercado — em outras palavras, há chances de perder rentabilidade com a operação.
Certificado de Depósito Bancário (CDB)
Os CDBs são títulos emitidos por bancos e cujo funcionamento é bastante parecido com o do Tesouro Direto. Aqui, as instituições financeiras emitem esses títulos para financiar suas atividades bancárias (conceder empréstimos, por exemplo) com os recursos captados. Em troca, o investidor recebe o montante aplicado com um acréscimo de juros.
Inclusive, os CDBs estão disponíveis nos formatos de remuneração prefixados, pós-fixados e híbridos.
E tem mais: esses títulos contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) — um mecanismo de proteção ao investidor, que existe para ressarcir perdas de até R$250.000,00 por CPF e por instituição em caso de quebras e inadimplências.
Atenção: esse reembolso não é automático, então a solicitação deve ser feita pelo próprio investidor.
Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA)
LCIs e LCAs são títulos emitidos por instituições financeiras para financiar os setores imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA). Ambos contam com a proteção do FGC, o que é vantajoso para investidores iniciantes.
Além disso, são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas, o que maximiza o rendimento líquido no vencimento. Assim como outros produtos de renda fixa, LCIs e LCAs estão disponíveis nas versões prefixada, pós-fixada e híbrida.
Atenção: Em agosto de 2024, o Conselho Monetário Nacional (CMN) implementou novas regras para tornar o mercado de LCIs e LCAs mais seguro.
As LCIs agora precisam ter um prazo mínimo de 36 meses quando atreladas a índices de preços, e de 9 meses para outros casos — eliminando, então, as emissões de 90 dias.
Cuidado: embora algumas Letras ofereçam liquidez diária, outras só permitem o resgate do valor investido no vencimento da aplicação. Se precisar do seu dinheiro de volta, pode vender o título no mercado secundário — ambiente no qual investidores negociam entre si. No entanto, é preciso se atentar a dois fatores:
- Nem todas as LCIs têm grande volume de negociação, ou seja, tem grau baixo de liquidez. Consequentemente, talvez você tenha dificuldades para encontrar um interessado no título;
- Títulos negociados no mercado secundário têm seu preço alterado pela marcação a mercado. Logo, você pode acabar repassando sua Letra por um preço maior (ágio) ou menor (deságio) do que aquele pago inicialmente.
Fundos de Investimentos
Aqui, temos uma modalidade coletiva de aplicação. Funciona assim: um gestor reúne os aportes dos investidores (cotistas) e aloca o total em uma seleção de títulos e ativos escolhidos conforme a estratégia do fundo.
Nos Fundos de Investimento em Renda Fixa, recomendados para iniciantes, pelo menos 80% do portfólio deve ser composto por títulos dessa categoria — como debêntures, CDBs e Tesouro Direto.
Aqui, temos uma grande vantagem para o investidor: a diversificação imediata. Afinal, com um único aporte, ele obtém uma carteira completa de ativos, projetada para equilibrar riscos e maximizar retornos.
Exchange-Traded Fund (ETFs) de Renda Fixa
Os ETFs de Renda Fixa são fundos negociados em Bolsa que acompanham a variação e a rentabilidade de diferentes índices de renda fixa, compostos principalmente por títulos públicos ou privados. Esse índice de referência, aliás, pode ser qualquer um reconhecido pela CVM.
Aqui, o uso de benchmarks permite ao investidor ver o desempenho de um grupo específico de ativos em comparação a outros ou à sua própria carteira. Isso ocorre porque os índices são calculados a partir de uma carteira teórica de ativos, que serve como medida de desempenho para o setor.
Como são negociados na bolsa de valores, você pode comprar ou vender cotas dos ETFs durante o horário de pregão, da mesma forma que as ações. Para o investidor iniciante, ETFs de renda fixa ou que invistam de maneira bastante variada em renda variável são meios mais seguros de acessar uma carteira diversificada, aproveitando a estabilidade desse tipo de investimento e reduzindo o custo e o esforço de montar uma carteira própria.
Como começar a investir com pouco dinheiro?
Investir é possível mesmo com pouco dinheiro — para isso, basta que você siga esse passo a passo:
- Organize as finanças;
- Abra conta em uma corretora;
- Estude sobre investimentos;
- Comece com pouco;
- Diversifique sua carteira;
- Acompanhe seus investimentos.
Entenda a seguir o que fazer em cada uma dessas etapas.
Organize suas finanças
Para começar a investir, o ideal é que o seu orçamento mensal esteja sob controle. Na prática, recomendamos que quite as suas dívidas antes de começar a aplicar e que tenha uma reserva de emergência à disposição.
Quanto aos débitos, não deve ser uma novidade para você que o atraso nos pagamentos resulta no acréscimo de juros aos valores devidos. Com o passar do tempo, a situação vai se agravando e, por isso, não é indicado que você invista com o objetivo de pagar as dívidas — isso porque seria impossível que um portfólio seguro e estável trouxesse retornos altos e consistentes o suficiente para servir a este fim.
Já em relação à reserva de emergência, o ideal é que ela seja capaz de custear seus gastos fixos durante três a seis meses em caso de imprevisto (caso você seja um trabalhador formal), ou de seis a 12 meses se for autônomo (dada a natureza mais instável desse tipo de ocupação).
Para engordar a sua reserva, inclusive, você pode se valer de ativos de renda fixa com liquidez diária e maior segurança — CDBs de bancos sólidos, por exemplo, já que o dinheiro precisa ser facilmente acessado em caso de emergência.
Abra uma conta em uma corretora
Quando estiver com as finanças organizadas, é hora de abrir conta em uma corretora, ou banco que ofereça uma plataforma de investimentos. O processo é bastante simples e, em geral, exige somente que você forneça alguns dados básicos, como CPF, RG e comprovante de residência.
Depois, basta que transfira dinheiro de uma conta corrente para a conta de investimentos recém aberta e começar a explorar os ativos disponíveis para aplicação.
Estude sobre investimentos
Antes de adquirir qualquer título, dedique um tempo a compreender de verdade como ele funciona, qual o seu prazo de vencimento, taxa de retorno esperada e projeções do mercado.
Recomendamos, ainda, que você vá além: entenda o que são os ciclos econômicos, o conceito de inflação e como as oscilações do mercado financeiro podem interferir no desempenho do seu portfólio.
Se não souber por onde começar, temos algumas sugestões de assuntos que são importantes para você enquanto investidor:
- Diferença entre renda variável e renda fixa;
- Inflação;
- Risco e retorno;
- Indicadores econômicos;
- Como criar uma reserva de emergência;
- Como se planejar financeiramente;
- Como diversificar o portfólio;
- Tributação do Imposto de Renda.
Comece com pouco
É perfeitamente possível começar a investir com pouco dinheiro. Obviamente, aportes mais robustos otimizam a sua jornada de aumentar o patrimônio e ter um portfólio mais rentável. No entanto, é normal começar a explorar o mercado com quantias menores, para aprender na prática como os títulos se desempenham e sentir melhor cada terreno.
Felizmente, tanto na renda fixa quanto na variável, você vai encontrar alternativas acessíveis de investimento. No Tesouro Direto, por exemplo, existem títulos disponíveis para compra a partir de aproximadamente R$30.
Diversifique sua carteira
Uma das estratégias mais básicas e importantes entre os investidores é a de diversificar o portfólio, ou seja, de distribuir o seu patrimônio entre diferentes classes e ativos. Dessa maneira, você consegue diluir os riscos inerentes a cada aplicação. Dessa maneira, se um título estiver performando mal, o bom momento de outro pode ajudar a amenizar o impacto na sua carteira.
Inclusive, essa diversificação é possível mesmo que, inicialmente, a sua ideia seja investir somente em renda fixa. Nesse caso, sugerimos que mescle títulos de diferentes emissores e com formatos de remuneração variados.
Acompanhe seus investimentos
Por fim, na mesma plataforma onde realizar seus investimentos, é possível acompanhar a performance dos títulos escolhidos. Lembre-se, porém, que oscilações na renda fixa podem acontecer ao longo do período pelo qual o dinheiro permanecer aplicado. No entanto, por serem parte dessa classe, o rendimento final seguirá sendo aquele combinado inicialmente — desde que o título seja mantido até o vencimento.
Se você eventualmente ver o seu título de renda fixa com rentabilidade negativa na plataforma, não se assuste. Lembre que o valor mostrado considera a marcação a mercado, ou seja, quanto o título está valendo naquele momento, caso você queira vendê-lo. Tenha isso sempre em mente para não acabar tomando uma decisão por impulso.
É possível investir sem complicações?
Sim. Embora todo investimento envolva determinado grau de risco, com planejamento e educação financeira é totalmente possível tomar decisões mais adequadas aos seus objetivos e perfil de investidor. Enquanto iniciante, por exemplo, você pode evitar estresse e prejuízos significativos ao começar investindo quantias menores, em títulos estáveis e previsíveis, cuja dinâmica de funcionamento seja mais simples de entender.
Na dúvida, siga essas dicas:
- Antes de investir, saiba o que você quer alcançar (como comprar uma casa ou garantir a aposentadoria);
- Determine quanto você pode investir mensalmente sem comprometer suas finanças diárias e mensais;
- Comece com opções de renda fixa, como CDBs de bancos sólidos ou Tesouro Direto, que oferecem mais segurança;
- Estude a possibilidade de investir em Fundos que se alinhem aos seus objetivos, pois eles são geridos por profissionais e oferecem diversificação;
- Se possível, configure aportes automáticos em sua conta de investimento para garantir disciplina e consistência;
- Leia materiais educativos sobre investimentos e finanças pessoais para aumentar seu conhecimento e confiança;
- Evite acompanhar o mercado diariamente. Em vez disso, até ter mais experiência, foque em sua estratégia de longo prazo e não se preocupe com flutuações diárias;
- Não coloque todo o seu dinheiro em um único tipo de investimento. Prefira espalhar o patrimônio para diluir riscos;
- Tenha paciência e evite tomar decisões impulsivas baseadas em emoções.
Os planejadores financeiros da Grão te ajudam a começar a investir
É iniciante e tem medo de dar os primeiros passos investindo? Sem problemas! Nossos planejadores financeiros estão à disposição para te ajudar a definir prioridades e metas, mapear dívidas e descobrir seu perfil de investidor — tudo para que você consiga realizar seus objetivos financeiros da maneira mais inteligente, protegendo e otimizando o seu patrimônio.
Na dúvida se essa alternativa é para você? Então aproveite para se cadastrar e agendar uma reunião gratuita e sem compromissos agora mesmo para responder a essa pergunta!