Responda rápido: na sua família, quanto exatamente você e os demais membros gastam por mês e quanto recebem? No final do mês, tem sobrado dinheiro?
Não faz ideia das respostas? Então, é porque já passou da hora de começar um planejamento financeiro familiar.
A partir do momento que você registra as movimentações financeiras de toda a família, monitora as receitas e toma consciência das dívidas, fica mais fácil empreender estratégias para poupar mais dinheiro e assegurar um futuro mais tranquilo.
Não sabe por onde começar? Comece por este artigo. Siga conosco para aprender:
- O que é planejamento financeiro familiar?
- O que deve constar no planejamento financeiro familiar?
- Por que o planejamento financeiro familiar é importante?
- Como definir as metas financeiras no planejamento familiar?
- Como funciona a evolução dos preços do mercado?
- O que é a regra dos 50-30-20?
- Como fazer um plano financeiro familiar?
No final, ainda reservamos uma excelente dica para começar o seu planejamento financeiro familiar hoje mesmo! Vamos lá?
O que é planejamento financeiro familiar?
O planejamento familiar é o processo de organização e gerenciamento das finanças de uma família. O objetivo dessa estratégia é garantir a estabilidade econômica de todos os integrantes desse núcleo, viabilizar a conquista de metas e construir um futuro mais tranquilo e seguro.
De forma resumida, esse planejamento consiste em mapear todas as receitas e despesas, bem como equilibrar a relação entre ambos. E mais: a ideia é que sobre dinheiro para construir uma reserva de emergência também. Afinal, imprevistos podem acontecer com muito mais facilidade quando se trata de grupos de pessoas.
O que deve constar no planejamento financeiro familiar?
Embora as estratégias específicas variem de família para família, esse tipo de planejamento geralmente precisa ser composto por estes 9 passos:
- Criação de um orçamento mensal detalhado, com todas as fontes de renda e despesas da família;
- Definição de metas financeiras de curto, médio e longo prazo;
- Reserva de uma quantia de dinheiro para imprevistos;
- Desenvolvimento de um planejamento para pagar as dívidas que já existem e evitar novas despesas desnecessárias;
- Elaboração de um plano de investimentos adequado ao perfil de risco e aos objetivos do núcleo familiar;
- Avaliação da necessidade de contratar seguros;
- Promoção da educação financeira entre todos os membros da família, incluindo até crianças;
- Revisão e ajustes periódicos, já que as circunstâncias podem mudar e o planejamento deve ser flexível para se adaptar a novas realidades;
- Manutenção de registros organizados de todas as finanças da família.
Importante: o planejamento financeiro familiar é uma tarefa mais complexa do que o planejamento individual. Isso porque as variáveis acrescentadas ao gerenciamento do dinheiro são muitas.
Alguns membros da família, por exemplo — como crianças e adolescentes —, não vão contribuir com renda, mas devem gerar despesas. Basicamente, a configuração vai mudar dependendo da família e o que todas têm em comum é o bem-estar de todos os integrantes como o principal objetivo, seja no presente ou no futuro.
Por que o planejamento financeiro familiar é importante?
Maior controle sobre o dinheiro, viabilizar metas, reduzir o estresse, ensinar educação financeira aos filhos e melhorar a comunicação são algumas das razões pelas quais o planejamento familiar é tão importante.
Entenda:
Maior controle sobre o dinheiro
Sem planejamento, é impossível que uma família saiba para onde o dinheiro está indo ou quanto ganha mensalmente. É como andar no escuro, contando unicamente com a sorte.
Imagine só: por puro desconhecimento, pode ser que a casa esteja gastando muito em algum item ou serviço desnecessário. Ou talvez perdendo uma boa chance de economizar um valor que estaria sobrando, se o dinheiro fosse melhor monitorado.
Sem organização, não há limites — e é dessa forma que os recursos se esgotam antes mesmo do mês chegar ao fim.
Alcançar metas financeiras
Independentemente da configuração, toda família tem metas financeiras. Aqui, se enquadram muitos objetivos: fazer um curso, comprar um carro, sair do aluguel, ter filhos… Para viabilizar planos do tipo, o planejamento serve para traçar a melhor rota até cada um deles.
Com organização, você consegue definir qual o prazo de cada conquista, quanto dinheiro necessita e como vai empreender a jornada para tornar tudo isso possível.
As metas ainda têm um papel psicológico na forma como você se comporta financeiramente. Sem nenhuma ideia clara, também não terá nenhuma motivação para se esforçar e gerenciar melhor os seus gastos.
Reduzir o estresse financeiro
Não raro o dinheiro é o problema central em quadros de ansiedade e depressão. Mesmo sem agravamentos do tipo, a verdade é que, no aperto, fica difícil manter a tranquilidade.
O planejamento familiar traz mais clareza sobre a situação financeira atual — algo imprescindível para começar a colocar tudo em ordem. Quando começar a monitorar todas as receitas e os gastos, a sensação de controle sobre o seu patrimônio vai gradualmente aliviar o estresse sobre o assunto.
Ensinar educação financeira aos filhos
Você sente que teria lidado melhor com o dinheiro se tivesse sido educado financeiramente antes? O tempo “perdido” fez diferença nas suas finanças atuais? Muita gente tem esse arrependimento: o de não ter começado a poupar antes.
Se você não teve oportunidades no passado de desenvolver uma mentalidade diferente em relação ao assunto, tem a chance de transmitir esse conhecimento aos filhos.
Mesmo que ainda sejam crianças, é possível encontrar formas lúdicas e acessíveis de abordar o tema com eles e, desde cedo, ensinar o valor do dinheiro. No futuro eles certamente te agradecerão.
Melhorar a comunicação familiar
Toda relação funciona melhor quando a comunicação é assertiva e transparente e o mesmo vale para o dinheiro. Se todos os membros da família estiverem a par sobre os ganhos, as despesas e os objetivos, as chances de o estresse desgastar o ambiente são muito menores.
Conselho: se lidar com o dinheiro em situações de aperto já é desafiador, lembre-se que enfrentar os maus momentos em desunião com a família torna tudo muito mais difícil.
Como definir as metas financeiras no planejamento familiar?
As metas financeiras de uma família devem considerar objetivos em conjunto, comuns para todos, bem como as necessidades e desejos individuais também. Esse equilíbrio só é conquistado com muita comunicação e transparência.
Para facilitar a divisão, você pode separar os objetivos entre obrigatórios e não obrigatórios. O que vai ser enquadrado dentro de cada categoria depende da família. Porém, se estiver precisando de inspiração, dá uma olhada nessas ideias:
- Metas obrigatórias: quitar as dívidas, sair do aluguel, construir uma reserva de emergência, ter independência financeira, investir regularmente etc.;
- Metas não obrigatórias: fazer uma viagem grande, comprar um equipamento caro, trocar de carro, adquirir um móvel que não é essencial, entre outros.
Com as metas no radar, é preciso definir o prazo de realização delas. Dica: investir o dinheiro em vez de deixá-lo parado na conta corrente ou na poupança é uma maneira eficaz de acelerar o processo para juntar a quantia que precisa para realizar um objetivo.
Assim como suas metas terão prazos distintos, também existem aplicações de prazos e perfis de risco variados. Por isso, dedique um tempo para buscar por aquelas cujas características e rentabilidade mais se adequem às suas necessidades e expectativas.
Como funciona a evolução dos preços do mercado?
Os preços do mercado passam por transformações ocasionais, causadas pela inflação. É por isso que, com o passar do tempo, você observa um aumento nos gastos com moradia, contas, alimentação, entre outros.
Essa evolução pode ser justificada a partir de vários fatores, entre eles a lei da oferta e demanda, os custos de produção e as políticas monetárias definidas pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Entenda a participação de cada um nesse processo:
Oferta e demanda
Quando a demanda por um produto ou serviço aumenta, mas a oferta permanece a mesma, os preços tendem a subir. Isso ocorre porque os consumidores estão dispostos a pagar mais para obter o que desejam e os vendedores, por sua vez, aproveitam essa disposição para aumentar os lucros.
Por outro lado, se a oferta de um produto aumenta e a demanda permanece constante, o efeito é oposto: os preços tendem a cair. Aqui, temos um cenário no qual os vendedores competem para atrair compradores.
Custos de produção
Aqui, a lógica é simples: quando os custos dos insumos — como matérias-primas, energia e mão de obra — aumentam, os produtores muitas vezes repassam esses aumentos para os consumidores na forma de preços mais altos. Por exemplo: se o preço do petróleo subir, isso consequentemente vai aumentar os custos de transporte e dos produtos que dependem desse transporte.
Mudanças nos custos de produção também acontecem por outros fatores, como tarifas de importação, preço do câmbio e regulamentações ambientais. Se determinada companhia, por exemplo, precisar investir em uma tecnologia mais cara para reduzir suas emissões de carbono, naturalmente o custo adicional vai refletir nos preços que chegam ao consumidor final também.
Políticas monetárias
As políticas monetárias, definidas pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), são ferramentas usadas pelo governo para controlar a quantidade de dinheiro em circulação e, consequentemente, influenciar a inflação.
Como o Banco Central tem o poder de ajustar as taxas de juros e controlar a emissão de papel-moeda para tentar controlar a inflação, o que acontece é o seguinte: quando os juros estão altos, o crédito fica mais caro. Assim, o consumo e os investimentos são desestimulados, diminuindo a pressão sobre os preços. No que tange ao real, este passa por uma queda na sua circulação.
Por outro lado, quando as taxas de juros estão baixas, o crédito se torna mais acessível. Por conta disso, o consumo e os investimentos são estimulados, jogando os preços para cima. Aqui, a circulação do dinheiro é fomentada.
O que é a regra dos 50-30-20?
A regra dos 50-30-20 é um método de distribuição das receitas mensais. Com ele, a ideia é que salários e outras rendas sejam organizados dessa maneira:
- 50% para despesas essenciais, como alimentação e moradia;
- 30% para lazer;
- 20% para investir ou construir uma reserva de emergência.
Essa é uma maneira de destinar os ganhos da família de forma que todas as áreas da vida sejam atendidas e ainda sobre dinheiro para construir o futuro.
Naturalmente, nem todas as pessoas contam com as mesmas condições financeiras. Por isso, vale o lembrete de que a regra é uma sugestão de distribuição e que pode ser adaptada de acordo com a realidade de cada um.
Há ainda outras duas metodologias frequentemente utilizadas: a 60-20-20 e a técnica de “se pagar primeiro”. Aprenda como funcionam:
Regra dos 60-20-20
Aqui, também temos uma estratégia de distribuição. A única diferença em comparação com a sugestão anterior é que as proporções são distintas. Veja:
- 60% dos ganhos com despesas essenciais;
- 20% para prioridades financeiras;
- 20% para estilo de vida.
Perceba que, embora a ideia desse tipo de metodologia seja otimizar as finanças familiares, o objetivo não é eliminar tudo aquilo que traz prazer e alegria aos seus membros. Muito pelo contrário: quando o dinheiro é bem gerido, uma das consequências é que se torna possível bancar até mesmo os gastos “supérfluos”.
Importante: se seguir algumas dessas configurações de distribuição não é possível para você e sua família nesse momento, tente se organizar para definir novas proporções.
Ao estabelecer limites para cada categoria de gastos, é possível lidar com o dinheiro com mais disciplina e saber exatamente qual o orçamento máximo em cada área da sua vida.
Técnica de “se pagar primeiro”
A expressão “se pagar primeiro” descreve o ato de direcionar uma quantia de dinheiro para as suas prioridades financeiras antes mesmo de cumprir com outras obrigações, como quitar dívidas ou se livrar da fatura do cartão.
Na prática, a recomendação é que a família estabeleça uma porcentagem mensal para essa reserva — aquela que melhor couber nos objetivos e na realidade de cada um.
Se no momento atual essa metodologia não for possível, não se preocupe: ainda é possível se organizar para conquistá-la futuramente. O primeiro passo seria começar a quitar as dívidas que estão te impedindo de guardar dinheiro e começar a registrar as receitas e despesas da família.
Como fazer um plano financeiro familiar?
Para fazer um planejamento financeiro familiar, é importante seguir este passo a passo:
- Anotar os gastos;
- Registrar as receitas;
- Criar um orçamento familiar;
- Ter a participação de toda a família;
- Manter a disciplina.
Aprenda exatamente como seguir em cada um destes passos:
Anote todos os gastos
Primeiramente, é importante ter consciência sobre onde o dinheiro ganho pela família está indo.
Por mais que você se esforce diariamente para adotar um comportamento positivo em relação ao dinheiro — fazendo gastos conscientes, por exemplo, é impossível ter total clareza sobre os seus hábitos sem manter um registro detalhado das suas compras.
Na dúvida, guarde recibos ou conte com o auxílio de um aplicativo de gestão financeira para esta tarefa. Nós temos algumas sugestões:
Alguns bancos também oferecem plataformas de gestão no mesmo ambiente onde você recebe o seu salário e paga as suas contas. Com gráficos e análises precisas do seu comportamento financeiro, fica muito mais fácil visualizar como andam as finanças da família e o que pode ser feito para otimizá-las.
Registre todas as receitas
Da mesma maneira como é importante anotar todas as despesas da casa, saber exatamente quanto se ganha é fundamental. Aqui, considere a renda de todas as pessoas da família que contribuem com as contas, sem deixar de lado as individualidades de cada um.
Com essa tarefa, a família vai descobrir se está gastando mais do que ganha, se o dinheiro está indo embora com gastos supérfluos ou se há alguma chance, até então ignorada, de destinar uma parte dos recursos para economias.
Plataformas de gestão financeira também ajudam nesse processo, já que te dão a possibilidade de anotar os salários e demais receitas recebidas.
Crie um orçamento familiar
Aqui, a ideia é estabelecer limites para cada categoria de gastos. Depois de anotar as despesas e as entradas de dinheiro, a família terá consciência do quanto ganha em conjunto e para onde os recursos estão indo. Assim, se torna possível delinear estratégias eficazes de verdade para melhorar a situação financeira de todos.
Dica extra: ao longo do mês, revisite a sua planilha de registros com frequência — não somente para anotar algo, mas para se manter continuamente a par de como as coisas estão indo. Com essa disciplina, é mais provável que o novo orçamento da família seja respeitado e que nenhum limite seja ultrapassado por descuido.
Chame todo mundo para participar
Todo mundo mesmo, até as crianças. Obviamente, o jeito de abordar o assunto vai mudar de acordo com o membro da família — um adolescente precisa passar por um processo de educação financeira diferente daquele que é mais efetivo para um adulto, por exemplo.
O dinheiro, afinal, é uma parte relevante na vida de qualquer pessoa. Precisamos dele para nos alimentarmos, para morarmos e para nos divertirmos. Logo, quanto mais um indivíduo compreender o valor do dinheiro e a necessidade de gerenciá-lo com atenção, maiores serão as chances de futuramente toda a família desfrutar de uma situação financeira mais positiva.
Não sabe como conversar sobre finanças com os mais novos? Veja algumas dicas que podem ajudar:
- Mantenha todos a par de quais são as metas da família (se é comprar um carro, sair do aluguel etc.);
- Mostre como o dinheiro é organizado;
- Ao fazer compras no mercado, converse sobre os preços, os orçamentos e como as escolhas são feitas;
- Se possível, dê uma mesada e tenha diálogos sobre boas práticas ao gastar esse dinheiro;
- Passe um tempo se divertindo com jogos educativos, como Jogo da Vida e Banco Imobiliário. Jogos de videogame também contam com opções que, direta ou indiretamente, abordam a necessidade de administrar bem o dinheiro;
- Ajuda os filhos a focar em metas de longo prazo — para comprar itens que são mais caros, por exemplo.
Lembre-se: em cada fase da vida, a nossa percepção sobre o dinheiro e sobre o mundo é distinta. Por isso, ao conversar com crianças e adolescentes, é importante que você adapte a sua abordagem para que a comunicação seja eficaz e faça sentido para eles.
Mantenha a disciplina
Por fim, nunca se esqueça de que o planejamento financeiro familiar é uma empreitada que requer constância. Na prática, isso significa que os registros devem ser sempre atualizados e monitorados, sem falta.
Quanto maior for a disciplina empregada no planejamento, maiores serão as chances de a família alcançar um bom grau de saúde financeira com o passar do tempo.
Para evitar que a falta de ânimo te impeça de seguir progredindo, configure aplicativos para enviar lembretes ocasionais, ou mantenha as suas anotações sempre acessíveis.
Outra dica é que marque um horário para atualizar suas planilhas, de preferência logo antes ou depois de um hábito que já está consolidado na sua rotina.
Comece já o planejamento financeiro da sua família
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