De acordo com um levantamento feito pelo Datafolha a pedido da Fenaprevi, 58% dos brasileiros afirmam pensar no futuro quando o assunto é finanças. A pesquisa foi realizada com dois mil cidadãos e traz um panorama positivo: a acessibilidade cada vez maior dos meios de educação financeira parece estar surtindo efeito.
Se você está aqui, é porque já tem — ou começou a ter recentemente — mais clareza e consciência sobre a necessidade de gerir melhor o próprio dinheiro. Para isso, apenas um caminho é possível: o planejamento financeiro.
A tarefa é árdua e contínua, mas definitivamente vale a pena. Afinal, resulta em mais qualidade de vida, tranquilidade sobre o seu patrimônio e possibilidade de conquistar grandes sonhos, como ter uma casa, fazer uma viagem ou formar uma família.
Topa começar essa jornada hoje mesmo? O primeiro passo é fácil — continue esse artigo até o fim e aprenda:
- O que é planejamento financeiro;
- Para que isso serve;
- Passo a passo prático de como começar;
- 5 erros para evitar ao se planejar financeiramente.
Além disso, se ficar até o final, terminará o conteúdo com uma dica imbatível sobre onde conseguir ajuda para extrair apenas o melhor das suas finanças.
Vamos lá?
O que é planejamento financeiro?
O planejamento financeiro é o ato de organizar as próprias finanças, de modo a gerenciá-las com mais eficiência. Dessa maneira, é possível enxergar com mais clareza qual a sua situação atual, quais são as suas metas e o que será preciso fazer para chegar lá.
Esse processo pode envolver a administração de recursos de uma pessoa, família ou empresa e, de forma geral, otimizar o uso do dinheiro é o grande objetivo da estratégia. Isso deve incluir, por exemplo, a criação de um orçamento, o controle de dívidas e a aplicação de investimentos.
Quais são os tipos de planejamento financeiro?
Como dissemos, o planejamento financeiro é uma forma de garantir a saúde e a boa gestão do patrimônio de indivíduos, famílias e empresas. Naturalmente, cada um desses núcleos existe sob dinâmicas diferentes, além de terem metas distintas por alcançar. Por isso, o modo como essa organização será feita também varia.
Entenda melhor:
Planejamento financeiro pessoal
Esse é o tipo de planejamento que diz respeito a uma única pessoa, mesmo que esta seja parte de uma família. Como supõe-se que o indivíduo recebe o próprio salário e arca com as próprias despesas, a organização deve considerar uma logística que faça sentido individualmente.
De todas as categorias, essa é a mais importante. Afinal, ela é a base para que as demais sejam colocadas em prática efetivamente. Se uma pessoa, por exemplo, não souber como lidar com o próprio dinheiro, dificilmente conseguirá fazer boas escolhas enquanto membro de uma família ou à frente de uma empresa.
Planejamento financeiro familiar
O grau de responsabilidade é maior nesse caso, uma vez que se trata do bem-estar financeiro de várias pessoas, incluindo até mesmo crianças e adolescentes, que não trabalham.
Além disso, embora as entradas de dinheiro sejam maiores — supondo que duas pessoas, por exemplo, geram renda —, as contas também tendem a ser mais caras. Consequentemente, o planejamento financeiro envolve mais variáveis e precisa considerar uma reserva de emergência maior do que o normalmente recomendado, já que, nesse contexto, os imprevistos são mais frequentes.
Planejamento financeiro empresarial
Nessa categoria, temos a gestão do dinheiro da empresa — e isso deve ser uma das maiores prioridades de um empreendedor ou empresário. Sem essa organização, é muito improvável que qualquer negócio vá para a frente.
Vale lembrar que, nesse caso, é vital que os recursos sejam separados das finanças pessoais do responsável pela empresa. Ainda, o planejamento não deve começar somente após o início das atividades da corporação, mas durante o plano de negócios.
Dessa forma, é mais fácil prever despesas mais complexas e variações de renda, bem como traçar, de antemão, estratégias protetivas contra grandes guinadas no mercado, por exemplo.
Qual é a importância de fazer um planejamento financeiro?
Quando o planejamento financeiro está em dia, as decisões relacionadas ao dinheiro são melhor direcionadas. Além disso, torna-se possível controlar os impulsos que normalmente levam alguém ao endividamento e possibilita a construção mais eficaz de uma reserva de emergência e de uma estratégia de investimentos —- ambas importantes para assegurar um futuro mais tranquilo.
Resumindo, os benefícios de gerir o patrimônio com moderação são:
- Corte de gastos desnecessários;
- Maior controle das despesas;
- Aumento da segurança financeira;
- Possibilidade de realizar investimentos e realizar planos e objetivos futuros;
- Evitar que as dívidas se acumulem e levem você à inadimplência.
E por falar em endividamento, podemos trazer aqui o levantamento de 2023 do Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas no Brasil. Nele, foi apontado que mais de 70 milhões de brasileiros estavam com o nome sujo — basicamente um momento de inegável alta na inadimplência.
Obviamente, esse número pode ser justificado por inúmeras razões, afinal, sabemos que o Brasil é um país de tamanho continental, onde as oportunidades não podem ser consideradas igualitárias para todos.
No entanto, também é verdade afirmar que uma boa parcela desses 70 milhões enfrenta majoritariamente a dificuldade de equilibrar os gastos e o salário, bem como de se educar financeiramente.
Esse efeito “bola de neve”, no qual as contas se acumulam e o dinheiro nunca sobra no final do mês, não é restrito somente ao âmbito pessoal. A realidade é que muitas famílias e empresários sofrem do mesmo mal, estando sempre em uma situação de insegurança financeira, incapazes de tirar projetos do papel, expandir as atividades ou simplesmente construir um padrão de vida adequado.
Passo a passo: como fazer um planejamento financeiro
O planejamento financeiro não é uma tarefa que começa e termina do dia para a noite. Pelo contrário: é um compromisso contínuo com a boa manutenção dos próprios recursos e que se torna muito mais fácil quando dividido em etapas.
Topa começar a se organizar melhor? Então, preparamos um passo a passo extremamente prático para você.
Passo 1: saiba exatamente quanto você ganha e quanto gasta
Primeiramente, precisamos reforçar que, sem previsibilidade de gastos e receita, é impossível se organizar financeiramente. Afinal, dessa maneira, você nunca saberá com certeza e exatidão se tem gastado mais do que ganha ou se há a possibilidade concreta de juntar dinheiro depois de pagar todas as contas.
O cálculo é extremamente simples: é preciso apenas subtrair os seus rendimentos pelo total de suas dívidas. Caso as suas entradas de recursos (ou as suas pendências) não sejam fixas, faça uma média dos últimos 6 meses (planejamento pessoal) ou 12 meses (planejamento familiar e empresarial) para conseguir enxergar a sua situação financeira com o maior grau de clareza.
Passo 2: coloque na ponta do lápis todas as suas despesas fixas
Esse passo não é importante apenas pelo motivo que recém mencionamos, sobre conseguir manter sob controle os seus hábitos de consumo, mas também para potencialmente eliminar gastos desnecessários.
Por mais que você sinta como se estivesse usando o seu salário apenas para pagar dívidas importantes, é possível que haja vários gargalos no seu orçamento, como streamings que não utiliza ou ordens em excesso em aplicativos de transporte ou comida.
Essa etapa do planejamento financeiro não existe para que você corte completamente todo o lazer da sua rotina — a qualidade de vida também é sobre diversão. Contudo, quando uma pessoa não é consciente sobre esse tipo de gasto, ele consequentemente vai tomar proporções prejudiciais à saúde financeira.
Passo 3: utilize uma planilha para acompanhar cada movimentação financeira
As planilhas são os recursos visuais mais efetivos para desenvolver um bom planejamento financeiro. A nossa recomendação é que a sua não contemple apenas os gastos e os rendimentos mensais, mas os diários e semanais também. Assim, é menos provável que você deixe algum registro importante para trás. Da mesma forma, diminui as suas chances de cometer erros ao acumular muitos valores na hora de atualizar a tabela.
Indispensavelmente, a sua planilha mensal deve conter essas três categorias principais:
- Receitas: salário, freelancing, horas extras, 13º salário, férias e outros;
- Despesas fixas: aluguel, condomínio, prestações da casa ou carro, gasolina, planos de saúde, faculdade, cursos etc. O ideal é que, nesse caso, as contas sejam separadas em subcategorias, como “habitação”, “saúde”, “transporte” e “educação;
- Despesas variáveis: luz, água, gás, internet, conta de telefone etc. Aqui, temos despesas que não necessariamente têm custos fixos e que podem até mesmo ser reduzidas.
Quando a sua condição financeira permitir, acrescente à planilha uma coluna específica para registrar a porcentagem dos seus ganhos que será destinada aos investimentos.
Antes de seguirmos para o próximo passo, vale a pena ressaltar que o registro de entradas e saídas de dinheiro nessas tabelas devem ser mantidos com disciplina e honestidade. Somente assim a ferramenta será um recurso valioso para a sua jornada de organização.
Passo 4: defina metas de curto e longo prazo
Quando as suas finanças estiverem devidamente registradas na planilha, os seus hábitos de consumo estarão mais propensos a mudar positivamente. Como consequência, você já estará apto a analisar as suas condições financeiras e estipular metas diversas, a serem realizadas em determinado período, tais como:
- Sair de férias;
- Adquirir um veículo;
- Começar um curso;
- Comprar um eletrodoméstico;
- Poupar mais.
Seja qual for a sua lista de objetivos, ela definitivamente será muito mais consciente, pois, ao se organizar, você conseguirá delimitar quanto dinheiro precisa para conquistá-los e quanto tempo será necessário para juntá-lo. Suas decisões, por fim, já não serão impulsivas, pois as metas servirão de âncoras psicológicas para as suas atitudes.
Passo 5: aprenda a economizar o seu dinheiro
Esse é um dos passos mais importantes do planejamento financeiro, embora só seja realmente viável após toda a organização listada nos tópicos anteriores. Depois de colocar na ponta do lápis todos os seus ganhos e gastos, é hora de entender quanto dinheiro está sobrando após o pagamento das dívidas fixas e de se esforçar para que essas sobras não sejam poucas.
Idealmente, essa quantia não deve ser economizada apenas no final do mês — é preciso separá-la assim que o salário cair na conta, para evitar que ela seja gasta de maneira impulsiva.
Esses recursos devem ser destinados à construção de uma reserva de emergência. Ao dispor de uma, você desfruta de maior tranquilidade financeira, já que contará com recursos disponíveis caso algum imprevisto aconteça, sem que o problema afete as suas finanças mensais.
O tamanho dos aportes de dinheiro nessa reserva vai depender, é claro, das suas condições atuais, do salário que recebe e do quanto gasta no pagamento de dívidas. Para fins de orientação, o cenário ideal é que as suas entradas sejam divididas da seguinte forma:
- 50% para as despesas fixas;
- 30% para atividades culturais e de lazer;
- 20% para a reserva de emergência.
Se esses 20% parecem demais nesse momento, saiba que não há problema em começar com economias menores. O mais importante é que você se dedique de verdade à construção da reserva, separando o dinheiro assim que o receber. Para isso, recomendamos que automatize o processo de poupar, utilizando as funções dos aplicativos que usa para gerenciar o seu patrimônio.
Muito importante: para indivíduos, a reserva deve ser grande o suficiente para manter o seu estilo de vida atual por até 6 meses, em caso de perda de emprego, por exemplo. Já para famílias e empresas, a orientação muda para 12 meses.
Passo 6: comece a investir
Com as dívidas sob controle, uma reserva de emergência consistente e as movimentações financeiras organizadas, é hora de fazer o seu patrimônio se multiplicar. Assim como a dinâmica da reserva, a parcela do seu salário destinada para os investimentos deve ser aplicada no início do mês, a fim de fortalecer esse hábito.
Falar de investimentos é um assunto complexo por si só. Mesmo assim, elencamos algumas dicas-chave para que você tenha ideia sobre por onde começar a investir:
- Se for iniciante, prefira ativos de renda fixa, já que estes são mais seguros e oferecem previsibilidade de retornos;
- A poupança não é um bom investimento, já que a sua rentabilidade é extremamente baixa em comparação com títulos de dinâmica similar e com mais segurança, como os do Tesouro Direto;
- Jamais aplique todo o seu patrimônio em uma classe única de ativos. Para ter um portfólio consistente e equilibrado, e também para se proteger das movimentações do mercado, o ideal é que os recursos sejam espalhados em papéis com diferentes características, prazos e grau de risco;
- Quando começar a se aventurar na compra de ações, inicie comprando ativos de empresas maiores, consideradas gigantes em seus nichos de atuação. Por mais que as ações sejam classificadas como renda variável, companhias do tipo costumam apresentar um histórico de performance mais consistente;
- Eduque-se financeiramente e não economize tempo e esforço ao compreender o mercado de capitais. Ao investir de maneira inteligente e ao conhecer o mercado, é possível fazer as suas economias renderem gradativamente.
5 erros para evitar quando for fazer um planejamento financeiro
Tão importante quanto saber o que fazer na hora de organizar as finanças, é ter consciência sobre os maiores erros cometidos no planejamento financeiro.
1 – Não atualizar a sua planilha de controle
Muitas pessoas até conseguem dar esse pontapé inicial na organização e de fato iniciar uma planilha de controle de ganhos e despesas. No entanto, com o passar do tempo, não mantêm a disciplina e deixam de registrar todas as movimentações financeiras que realizam.
Esse desleixo pode ser fatal para as suas finanças, já que é exatamente a razão pela qual o salário não sobra e as dívidas acumulam cada vez mais. Se esse tipo de constância não for o seu forte, aposte em algumas técnicas para lembrar você sobre o dever de atualizá-la:
- Defina lembretes e alarmes diários para acessar a planilha;
- Mantenha ela sempre à mão, para facilitar o acesso constante;
- Utilize uma planilha física ou uma agenda, caso o ato de escrever à mão funcione melhor para você;
- Da mesma forma, explore aplicativos feitos exclusivamente para este fim, se preferir.
2 – Não ter disciplina ao construir uma reserva de emergência
Assim como a atualização do seu controle financeiro requer disciplina, a construção da reserva de emergência também necessita desse comprometimento. Na prática, essas economias jamais serão grandes o suficientes se você não fizer aportes todos os meses, ou se recorrer a este dinheiro em situações que não são emergenciais.
Como dissemos, se a sua condição financeira não permitir reservar tanto do salário todo mês, é perfeitamente possível começar com pouco, desde que a dedicação seja contínua. Do contrário, qualquer contratempo terá o poder de desestabilizar as suas finanças.
3 – Desconsiderar riscos diversos
Quando falamos sobre planejamento financeiro, não somente o definimos como o ato de gerenciar melhor o seu dinheiro, como também de controlar riscos com eficácia. As ameaças, afinal, podem ser inúmeras:
- Perda de emprego ou redução de renda;
- Despesas médicas inesperadas;
- Reparos emergenciais em casa, como vazamentos ou problemas elétricos;
- Acidentes de carro que exigem reparos ou substituição do veículo;
- Gastos imprevistos com educação, como mensalidades escolares ou materiais;
- Emergências familiares, como ajudar um parente em dificuldades financeiras;
- Despesas legais inesperadas, como multas de trânsito ou taxas judiciais;
- Perda ou roubo de pertences pessoais, como eletrônicos ou documentos importantes;
- Danos causados por desastres naturais, como inundações, incêndios ou terremotos;
- Custos de viagem de emergência.
Naturalmente, várias dessas situações são impossíveis de antecipar — e essa é a exata razão pela qual o seu planejamento financeiro deve ser colocado em prática com disciplina, sem desleixar com a etapa de economizar e construir uma reserva de emergência.
4 – Deixar o seu dinheiro parado
Quando se trata de economizar para o futuro, muitas pessoas acreditam que deixar o dinheiro parado em uma conta corrente é o suficiente. No entanto, essa estratégia pode levar você ao prejuízo. Isso porque a quantia vai perder valor com o passar do tempo, uma vez que a inflação vai alterar o seu poder de compra.
Para que compreenda melhor a dinâmica, temos um exemplo simples: o que você compra hoje com R$100 é o mesmo que compraria há 10 anos, com o mesmo valor? Com certeza não, pois os preços dos produtos foram subindo ao longo dos anos.
Além disso, vale mencionar que contar com a poupança para fazer com que o seu dinheiro renda também é uma má ideia. Isto é, com um rendimento extremamente baixo e com a possibilidade de perder esse pequeno lucro se fizer um resgate antes da data de aniversário de aplicação, a caderneta definitivamente se mostra como um mau investimento.
5 – Subestimar a relevância das metas
Como explicamos anteriormente, as metas têm uma função psicológica bastante útil para o planejamento financeiro. Resumidamente, elas representam marcos evolutivos na sua jornada, por meio de conquistas futuras — uma casa própria, um carro, uma viagem dos sonhos, a estabilidade financeira necessária para ter filhos…
Sob essa perspectiva, os objetivos servem não somente para embasar melhor as suas estratégias de organização, mas também como uma forma de motivação para que a disciplina financeira seja mantida, tornando os seus hábitos de consumo mais saudáveis.
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