Se você é do tipo de pessoa que costuma rir do trocadilho “sobrar mês no fim do dinheiro”, este artigo veio para te ensinar a não achar mais graça dessa piada — afinal, bom mesmo é ter uma vida financeira saudável, com recursos suficientes para manter o seu estilo de vida e viabilizar a conquista de metas importantes.
À primeira vista, o controle financeiro pode até parecer uma ideia utópica. No entanto, quando esse objetivo é desdobrado em um passo a passo prático, com tarefas que podem começar a ser executadas agora mesmo, a jornada é descomplicada.
Nesse artigo, compilamos tudo o que você precisa saber e fazer para finalmente sair do aperto, organizar as suas finanças e impedir que as suas dívidas controlem a sua vida. Interessado? Siga na leitura para entender:
- O que é o controle financeiro;
- 10 dicas sobre como começar;
- Como fazer o controle financeiro no caderno;
- Como montar uma planilha de controle financeiro.
Se, no final, você ainda precisar de um norte para co
meçar a se empenhar nessa missão, não se preocupe: daremos uma dica imperdível de onde é possível buscar ajuda para colocar ordem nos seus hábitos de consumo de uma vez por todas.
Vamos lá?
O que é controle financeiro?
O controle financeiro se trata da gestão eficiente do dinheiro, seja individualmente, em uma família ou em uma empresa. Na prática, significa ter clareza sobre o quanto se ganha e para onde esses recursos estão indo.
Quando essa organização é realizada de forma contínua, é possível evitar o endividamento, desenvolver hábitos de consumo mais saudáveis e até aproveitar melhor as oportunidades de multiplicar o próprio patrimônio — investindo no mercado de capitais, por exemplo.
Se planejar dessa forma, aliás, é um dos passos mais importantes para quem deseja se educar financeiramente. Afinal, somente a capacidade de visualizar apropriadamente e em detalhes as próprias movimentações financeiras tem o poder de prevenir gastos desnecessários e amenizar o impacto de situações de emergência.
10 dicas sobre como começar a ter controle financeiro
A ideia de finalmente controlar o próprio dinheiro — em vez de ser controlado por ele — te atrai? Temos certeza que sim! Por isso, estamos aqui para ajudar: elencamos 10 dicas fundamentais para organizar melhor as suas finanças, começando hoje mesmo!
1 – Comece a registrar as entradas e as saídas de dinheiro
Você pode fazer isso em um caderno ou uma planilha — inclusive, continue por aqui para saber dicas específicas de como montar cada forma de organização.
Sem esse controle, você nunca terá certeza absoluta sobre quanto dinheiro recebe por mês, nem para onde ele está indo exatamente. Consequentemente, se torna extremamente fácil gastar mais do que deveria e, na mesma medida, fica mais difícil fazer com que algo sobre no final do mês.
2 – Quite as suas dívidas atuais
O endividamento geralmente se agrava em um efeito “bola de neve”. Isto é, quando as contas atrasam, o acréscimo de juros aumenta o seu valor. Se, com o passar do tempo, você contrair novas dívidas, a situação fica ainda pior.
Nesse tópico, também cabe lembrar que, ao administrar tantas despesas, todo o dinheiro que você recebe mensalmente vai embora quase que de imediato. Assim, nunca sobra uma quantia grande o suficiente para te ajudar a construir uma reserva de emergência, por exemplo.
Por tudo isso, aconselhamos que você tente renegociar ou parcelar as dívidas, na medida do possível e caso essas opções valham a pena.
3 – Faça um orçamento mensal
Com as dívidas sob controle e enxergando de maneira mais clara quais são as entradas e as saídas de dinheiro da sua conta, é possível apontar com exatidão qual é o seu custo de vida. Dito de maneira mais simples, você deve começar a estabelecer limites nos seus hábitos de consumo.
Nesse tópico, considere estabelecer metas financeiras específicas. Por exemplo, se você está economizando para uma viagem, determine quanto precisa economizar mensalmente para alcançar esse objetivo dentro do prazo desejado. Da mesma maneira, pode designar uma quantia máxima a ser gasta com lazer todos os meses.
4 – Estabeleça metas financeiras
E por falar em metas, elas exercem um papel bem importante no controle financeiro, já que servem como âncoras psicológicas, capazes de motivar e orientar melhor os seus hábitos de consumo.
Isto é, ao definir que, futuramente, irá comprar o próprio imóvel, um carro ou começar a estudar, as suas decisões não são mais feitas a esmo e nem de forma impulsiva, pois consideram esse objetivo maior.
Além disso, essa definição é fundamental para te ajudar a traçar uma rota efetiva até a conquista em questão. Se a ideia for adquirir um veículo, por exemplo, a meta ajudará a calcular qual o valor do bem e quanto deve ser economizado para comprá-lo.
5 – Corte gastos desnecessários
Ao longo dessa jornada de controle financeiro, você certamente identificará inúmeros gargalos no orçamento. Isso é normal: todo mundo já pagou mensalidades de streamings que nem sequer assiste ou tem tendência a gastar demais em algum supérfluo.
Note que, aqui, a ideia não é eliminar todo o lazer da sua vida, apenas se tornar mais consciente sobre ele. Dessa maneira, o dinheiro será melhor direcionado àquilo que realmente importa, sem causar nenhum impacto negativo nas suas contas e economias.
6 – Fique de olho nas despesas anuais também
Esse é um erro clássico: muitas pessoas concentram os seus esforços apenas nos gastos mensais e acabam passando aperto na hora de arcar com custos anuais, como IPVA e IPTU.
A melhor solução, nesse caso, é deixar esses valores no seu radar desde o começo do ano e se programar para economizar o que for necessário com o passar dos meses.
7 – Construa uma reserva de emergência
A construção de uma reserva de emergência é uma etapa que vai servir de base para o seu controle financeiro. Resumidamente, esta quantia de dinheiro economizado deve ser grande o suficiente para custear o seu estilo de vida por até 6 meses caso algum imprevisto aconteça. Ainda, tem o objetivo de te amparar em momentos emergenciais, como na descoberta de uma doença ou quando um eletrodoméstico essencial quebra.
O ideal é que, mensalmente, você reserve 20% do seu salário para este fim. No entanto, a porcentagem pode ser tranquilamente adaptada para a sua realidade — o importante é que o dinheiro seja separado com disciplina, assim que os rendimentos entrarem na conta.
8 – Desenvolva a mentalidade de “se pagar primeiro”
Ao destinar a maior parte do seu salário às dívidas, você está basicamente repassando o seu dinheiro aos outros. Com tantas despesas, é comum que não sobre quase nada no fim do mês. Sob essa perspectiva, podemos afirmar que todo o esforço que faz diariamente para ganhar dinheiro não serve para te enriquecer, mas sim para enriquecer os outros.
Logo, o ato de se pagar primeiro significa que, no começo de cada mês, é necessário separar uma parte dos ganhos para si mesmo — seja para construir uma reserva de emergência ou para começar a investir.
Naturalmente, essa é uma dica mais avançada de controle financeiro. Afinal, para isso, é necessário se livrar das dívidas antes.
9 – Utilize a tecnologia ao seu favor
Primeiramente, temos os aplicativos dos bancos que você utiliza para fazer compras e receber o seu salário. Desde que a digitalização chegou nesse setor, esses apps estão cada vez mais completos, permitindo a automatização de movimentações importantes, entre outras funções. Aproveite esses recursos para manter as suas obrigações em dia e também para guardar um registro de todas as suas transferências e pagamentos.
Se necessário, opte também por experimentar aplicativos de controle de gastos, que ajudam você a registrar as suas despesas por categorias e subcategorias, fornecendo gráficos e elementos visuais que vão ajudar nessa jornada.
10 – Aprenda a investir e a multiplicar o seu patrimônio
Imagine só ver o seu dinheiro render e se multiplicar, sem precisar trabalhar mais para isso. Parece utópico, mas é perfeitamente possível: ao contar com uma carteira equilibrada de investimentos, você tem um recurso bastante útil para engordar as suas economias.
Caso seja leigo no assunto, o ideal é que comece com ativos de renda fixa. Embora performem sobre dinâmicas diferentes, a depender do título em questão, o funcionamento é relativamente simples de entender: você “empresta” o seu dinheiro à empresa emissora ao comprar um ativo. Esta, por sua vez, devolverá o seu dinheiro com o acréscimo de juros — e aqui é o momento onde o seu dinheiro aumenta.
Reforçamos que essa é uma definição bastante simplificada dos investimentos e que o ideal é que se aprofunde no assunto, compreendendo a mecânica por trás de cada tipo disponível — renda fixa, variável, fundos de investimentos etc.
Como fazer controle financeiro no caderno?
Quando o controle financeiro se vale de recursos visuais, tende a ser colocado em prática mais facilmente. Por isso, aquelas pessoas que ainda preferem os métodos analógicos aos digitais podem achar mais útil realizar todos esses registros em um caderno.
Se esse é o seu caso, temos um compilado de dicas específicas para ajudar.
1 – Tenha um caderno específico para controle financeiro
Por mais que esta pareça ser uma dica óbvia, é verdade que muitas pessoas cometem o equívoco de registrar as suas movimentações financeiras em qualquer agenda, ou até em lugares diferentes. Aqui, a ideia é justamente priorizar a disciplina e a organização. Logo, um material específico para este fim é fundamental.
É possível, inclusive, encontrar cadernos especificamente criados para esse fim. Comprá-los pode ser um incentivo a mais para organizar as suas finanças de forma melhor e seguir o planejamento de controle financeiro.
2 – Divida o caderno de maneira eficiente
Além de reservar algumas páginas para cada mês, também é aconselhável que divida as folhas de forma diária ou semanal, registrando as movimentações financeiras de acordo com o período no qual foram feitas e em categorias importantes, tais como:
- Despesas fixas: aluguel, condomínio, mensalidade escolar, parcelas de compras, seguro, assinaturas de streaming, entre outros;
- Despesas variáveis: contas de água e eletricidade (cujo valor varia mensalmente), gasolina, alimentação, saúde, vestuário, lazer etc.
Nesse passo, a nossa sugestão é que todas essas subcategorias sejam especificadas também, a fim de entender quais representam os seus maiores gastos, conhecer melhor o seu comportamento financeiro e identificar possíveis cortes estratégicos.
3 – Transforme a atualização do caderno em rotina
Outro problema bem grande enfrentado por quem tenta, sem sucesso, obter controle financeiro é a dificuldade de atualizar os registros. Incluir um novo hábito na rotina requer disciplina e esforço, especialmente nos primeiros dias.
Por isso, o ideal é que você separe um momento específico do seu dia para realizar essa tarefa, de preferência logo após um hábito que já está consolidado na sua vida — pegar o caderno assim que terminar de jantar, por exemplo. Esse truque serve para que o seu cérebro tenha mais facilidade para incorporar a prática na sua agenda diária.
4 – Reserve uma parte do caderno para listar as suas metas financeiras
De preferência, escreva essa seleção em categorias de curto, médio e longo prazo. Em cada uma, anote as datas previstas para a conquista do objetivo, o valor necessário para obtê-los e qual a porcentagem do seu salário será destinado mensalmente para essa missão.
Para tornar essa etapa ainda mais visual, uma tabela pode ser útil para que você registre mensalmente todos os aportes que fez nas suas economias em prol da meta em questão.
5 – Revisite os seus registros periodicamente
O caderno é uma ferramenta poderosa de observação financeira. Por isso, não se restrinja a anotar as suas movimentações e deixá-las sem análise. Com o passar do tempo, busque avaliar semanal ou mensalmente quais são os seus padrões de gasto, as diferenças entre um mês e outro e as categorias de despesas que mais estão engolindo o seu salário.
Assim, de forma progressiva, os ajustes no orçamento se tornarão cada vez mais eficazes e pontuais, aumentando o seu controle.
Como fazer uma planilha para organizar a vida financeira?
A planilha é o recurso preferido de muitas pessoas que buscam praticidade e organização na hora de trabalhar em prol do próprio controle financeiro. Se esse é o seu caso, então, com certeza, vai fazer uso do passo a passo a seguir, listado especialmente para construir uma tabela do zero.
Antes de prosseguirmos, fica a recomendação de que o Microsoft Excel e o Google Sheets são as duas plataformas mais populares para este fim, uma vez que oferecem todas as ferramentas necessárias não somente para organizar visualmente as suas informações, como também para realizar cálculos.
Mesmo assim, você ainda tem a opção de buscar aplicativos específicos para esta função, que viabilizam a criação de uma planilha, com o adendo de disponibilizar funcionalidades específicas para controle financeiro.
Já tem a sua escolhida? Então, vamos ao passo a passo.
1 – Liste todas as suas fontes de renda
Essa aba de receitas deve contemplar todas as suas entradas de dinheiro, separadas de acordo com cada mês e categoria, tais como:
- Salário;
- Aluguéis recebidos;
- Dividendos;
- Investimentos;
- Freelancing.
Se preferir, nesta mesma parte da planilha você pode realizar uma separação geral do saldo total, especificando a porcentagem que será destinada para cada finalidade (pagamento de dívidas, lazer, moradia etc.).
2 – Insira todos os meses do ano e agrupe os gastos
Na parte superior da planilha, insira os meses do ano. Em uma coluna à esquerda, disponha as categorias de gastos: alimentação, aluguel, transporte, lazer, entre outros. Para facilitar a visualização, sugerimos que selecione uma cor para as despesas fixas e outra para as permanentes. Ao lado de cada categoria, especifique o que é a conta. Na prática, ela fica assim:
Janeiro | Fevereiro | Março | Abril | Maio | Junho | Julho | Agosto | Setembro | Outubro | Novembro | Dezembro | ||
Despesas fixas | Aluguel | ||||||||||||
Parcela do carro | |||||||||||||
Internet | |||||||||||||
Plano de saúde | |||||||||||||
Seguro do veículo | |||||||||||||
Mensalidade de estudos | |||||||||||||
Despesas variáveis | Eletricidade | ||||||||||||
Gás | |||||||||||||
Alimentação | |||||||||||||
Lazer | |||||||||||||
Gasolina | |||||||||||||
Vestuário | |||||||||||||
Remédios e consultas | |||||||||||||
Note que, para este exemplo, trouxemos algumas categorias frequentemente utilizadas pelas pessoas no geral. Na hora de montar a sua própria planilha, é importante que considere as despesas que fazem parte da sua realidade. Além disso, seja honesto na hora de anotar os seus registros, sem deixar nada para trás — nem mesmo os menores gastos.
3 – Sempre calcule o saldo do mês
Além de registrar todas as suas movimentações financeiras com disciplina, é necessário somá-las no final e subtraí-las pelas receitas obtidas no período. Anote esses dados nos espaços correspondentes do mês em questão.
Somente essa regularidade permitirá que observe quanto dinheiro tem sobrado ao longo do ano ou quais são as razões pelas quais você tem frequentemente ficado no aperto.
4 – Crie uma aba para registrar investimentos e aportes na reserva de emergência
Assim como vigiar de perto os gastos e as receitas é essencial para aumentar o seu controle financeiro, ter clareza sobre para onde vai os seus ganhos também é importante. Afinal, o objetivo de toda essa organização é contribuir para que você consiga se pagar primeiro — da forma como ensinamos na 8ª dica de planejamento que listamos neste artigo.
Ao reservar um espaço especial para este fim, fica mais fácil realizar aportes em investimentos ou construir uma reserva de emergência com maior disciplina. Além disso, toda a estrutura da planilha serve para que, com o passar dos meses, o controle obtido sobre o seu dinheiro resulte na capacidade de economizar recursos no começo do mês, e não no fim.
5 – Analise as suas movimentações regularmente
Da mesma maneira como acontece na dinâmica com o caderno, a planilha deve ser continuamente monitorada. A ideia não é que você simplesmente anote os seus gastos e os esqueça assim que virar o mês. Muito pelo contrário: a visão geral anual dos gastos é útil justamente para “educar” os seus hábitos de consumo, os tornando mais estratégicos e conscientes.
Pense nessa tabela como uma jornada de autoconhecimento financeiro, na qual a sua realidade e as suas decisões sobre o dinheiro que ganha e gasta estarão expressas em números, viabilizando uma compreensão mais profunda sobre os motivos pelos quais não tem sobrado no final do mês, ou que justificam a razão de qualquer despesa inesperada abalar as suas finanças.
O seu controle financeiro começa com a Grão
O que você faria se tivesse, hoje mesmo, a chance de agendar uma reunião gratuita para que um profissional comece a te ajudar a organizar a sua vida financeira? Perderia essa chance? Com certeza não! É por isso que aqui, na Grão, nós oferecemos o serviço de planejadores financeiros, onde os nossos especialistas guiam você nessa jornada de otimização da maneira como gasta o dinheiro que recebe. Topa começar? Estamos esperando por você!